Se você já ouviu um jazz da pesada pelas ruas de São Paulo, talvez já tenha trombado com os malucos do Chaiss na Mala. Eles, que atuam em várias formações, agora sob nome de Chαiss Quinteto fazem o pré-lançamento digital do primeiro disco deles, Afrodisia, no domingo (8), num dos principais festivais de música instrumental do Brasil, o Jazz na Fábrica, do Sesc Pompeia. A banda também apresenta o primeiro clipe deles.
Veja trailer do primeiro clipe do Chαiss Quinteto
“Tocar na rua nos fez sobretudo ter o traquejo de entender as nuances das situações inusitadas, de fazer os corres, de dedicar-se com força a uma ideia, um projeto que vai se construindo ao redor de vários nomes que ainda nos acompanham. Foi na rua que conhecemos o Jazz na Kombi, outros integrantes que passaram pelo Chaiss e os que ainda estão e contribuem amplamente. Foi na rua que tudo aconteceu e ainda acontece”, afirma o multi-instrumentista Rob Ashtoffen.
“Isso somente reafirma a importância que o espaço público tem para a gente, não somente simbólico e político, mas real, concreto, porque é algo autêntico da nossa vivência desde criança. Somos rueros, vagabundos estudiosos, adoramos cutucar uma calçada, como diz nosso parceiro escritor João Pedro Moraes em um dos seu textos. E agora estamos para lançar o novo disco “Afrodisia” nas ruas, com os parceiros do Jazz na Kombi, assim que tivermos os CDs na mão, mas já antecipamos o pré-lançamento digital”, completa.
O Chaiss é idealizador, em parceria com o Jazz na Kombi , de festivais de rua como o Iquiririm Jazz Festival, atualmente na sétima edição. “Vejo várias bandas que estão na ativa, com projetos inovadores e ótimas ideias. O Rock Ex Machina é um exemplo, O Som de Rua, Jazz na Kombi, Kombi do Rap, entre outras iniciativas de ação cultural com música”, diz Rob.
O música também aponta uma diversificação maior do jazz. “Em São Paulo, particularmente, estamos em baixa com algumas casas na cena do rock, mas o jazz já se mostra com um público crescente, caminhando para uma diversidade maior de pessoas. Essa é uma das metas do Chaiss: contribuir para a divulgação da música instrumental e aumentar esse público potencial que está nas ruas e gosta de cutucar uma calçada (risos)”, aponta, antes de levantar uma questão crucial para o jazz.
“Outra coisa importante é quebrar a barreira do gênero. Existe um estigma da elitização do jazz, de um academicismo fetichista que se contrapõe à cultura popular e ao público do rock, do samba, de qualquer outro estilo. Num dos nossos shows eu vi uma menina pirando no som, bem na nossa frente com uma camiseta do Ratos de Porão. Isso só me provou que somos uma banda de rock que aprendeu a conversar na língua do jazz, e isso muita banda histórica já fez e faz. O interessante do jazz é a sua expansão contínua e a quebra de limites, que é a sua essência. Portanto, para mim, estar perto do público de rock é um sintoma de que essas barreiras estão se diluindo e quanto mais mistura melhor, a diversidade nos define; Afrodisia se refere especificadamente a isso”, argumenta Rob.
Na rua ou no palco, all that jazz, o show deve continuar.
SERVIÇO
Jazz na Kombi com Chaiss Quinteto
O grupo, formado por músicos que se apresentam pelas ruas de São Paulo, traz temas do seu disco Afrodisia, com influências do jazz fusion, hard-bop, e jazz contemporâneo.
Domingo (9), às 17h.
Deck
Grátis
Livre