Grupo de dez músicos da nova cena de música instrumental paulista, a Nomade Orquestra se apresenta no Auditório Ibirapuera na sexta (10) com repertório formado pelas músicas do seu primeiro álbum, homônimo, lançado no Brasil em 2014 e internacionalmente pelo selo inglês Far Out Recordings, em 2016. No ano passado, eles também fizeram a primeira turnê internacional, passando por Inglaterra, Alemanha, Espanha e Portugal.
“Na música instrumental, o público de certa forma vem aceitando mais e quebrando esse paradigma quadrado e do passado de que a boa música deve ser cantada, essa necessidade de ter uma voz humana, um frontman na parada. A melodia musical, instrumental tem uma possibilidade de alcance a um nível diferente por que ela trabalha com a ideia da interpretação do ouvinte, é uma interação de 50% banda/50% ouvinte, tudo vai depender do estado de espírito e da abertura às sensações e a o sentir”, afirma o baixista Ruy Rascassi.
Enquanto o jazz vem passando por um processo de redescoberta, rejuvenescendo seu público e sua estética com artistas como Kamasi Washington, Yussef Kamaal e Robert Glasper, nós perguntamos ao músico da banda do ABC paulista se ele acha que o mesmo está acontecendo na música instrumental brasileira.
“A música brasileira a cada dia que passa mostra um anseio por desabrochar uma cara nova, dar um passo à frente da chamada bossa nova e o movimento tropicalista, sem desvalorizar esses que citei e sim vendo como uma continuidade e um processo de evolução das coisas. A sociedade pulsa e sua música também, por isso eu vejo a cena instrumental brasileira hoje muito forte e fértil”, completa Ruy.
Em relação à turnê europeia e as diferenças entre as cenas do Brasil e dos países por onde passaram, o baterista Guilherme Nakata comenta: “Como nossa passagem pelas cidades foi muito rápida, foi difícil sacar a cena musical delas, mas uma coisa muito curiosa que pude perceber foi a abertura do público para novos sons. Diferente do Brasil, as pessoas mais velhas se mostram extremamente abertas para novas experiências sonoras”, aponta.
Beto Malfatti (DJ, sax e flauta) ainda elegeu os artistas da cena atual que eles mais gostam e indicam. Os nomes internacionais escolhidos foram A Tribe Called Quest; Sean Kuti; Hiatus Kayote; Idris Muhamad e Damu The Fudgemunk. Os nacionais, por sua vez, são: Orquestra Rumpilezz; Projeto Coisa fina; Bixiga 70; IFA; Otis Trio; Siba; Metá Metá; Black Mantra; As Bahias e a Cozinha Mineira e Quartabê, “entre vários outros”.
Fogo na brasucagem ou “fyah”, como diriam os rudy boys jamaicanos, referência também presente. A Nomade é parte de um bem-vindo movimento que traz o novo hype do jazz para a cena de música instrumental brasileira.
SERVIÇO
Nomade Orquestra no Auditório Ibirapuera
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
[livre para todos os públicos]
Informações: www.auditorioibirapuera.com.br
tel: 3629-1075 ou info@auditorioibirapuera.com.br
Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer
Capacidade: 806 lugares
Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera
(Entrada para carros pelo Portão 3)
Fone: 11.3629-1075
info@auditorioibirapuera.com.br
http://www.auditorioibirapuera.com.br/
Ar-condicionado. Acesso a deficientes. Proibido fumar no local.
Estacionamentos / Transporte:
Estacionamento do Parque Ibirapuera, sistema Zona Azul – R$ 5 por duas
horas. Dias úteis das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados das 8h às 18h
Ônibus:
Linha 5154 – Terminal Sto Amaro / Estação da Luz
Linha 5630 – Terminal Grajaú / Metrô Bras
Linha 675N – Metrô Ana Rosa / Terminal Sto. Amaro
Linha 677A – Metrô Ana Rosa / Jardim Ângela
Linha 775C/10 – Jardim Maria Sampaio / Metrô Santa Cruz
Linha 775A/10 – Jd. Adalgiza / Metrô Vila Mariana
O Auditório Ibirapuera não tem estacionamento ou sistema de valet. O estacionamento do Parque Ibirapuera é Zona Azul e tem vagas limitadas.