Um comprador anônimo pagou quase 6.000 dólares na quarta-feira por uma carta em que a lenda da ópera Maria Callas chora as pitangas depois de ser rejeitada pelo bilionário Aristóteles Onassis, que a largou pela ex-primeira-dama dos EUA Jacqueline Kennedy.
Deprimida e só em seu apartamento de Paris, Callas escreveu para sua professora de canto Elvira De Hidalgo, atormentada e com idéias de vingança, depois de que o magnata casou-se com Jackie Kennedy, viúva do presidente americano assassinado.
A carta faz parte de um dos 11 lotes de correspondências e fotografias vendidos pela casa de leilão Christie’s de Roma por quase 20 mil dólares, valor que superou em muito as estimativas. As ofertas pelo telefone vieram de Israel, Estados Unidos e França.
“É cruel, não pode ser verdade -os dois deveriam pagar por isso; eles pagarão, você vai ver”, escreveu Callas em 29 de outubro de 1969, nove dias depois do casamento que parecia ter dado um fim definitivo a seu tempestuoso caso com o homem mais rico do mundo.
“A pior coisa é que ele nem me disse nada sobre o casamento. Pensar que depois de nove anos a seu lado ele tenha sido obrigado a fazer isso -que pelo menos não me deixasse ficar sabendo pelos jornais”, escreveu a diva.
“Acho que ele é louco e vou tirá-lo cabeça o mais cedo que puder.”
Na realidade, o caso continuaria mesmo depois do casamento de Onassis e Kennedy, o que deixou a cantora grego-americana ainda mais humilhada por sua incapacidade de dispensar o amante.
“Elvira De Hidalgo era uma confidente muito íntima e essas cartas realmente revelam o caráter de Maria Callas”, disse Fabio Massimo Bertolo, que bateu o martelo para o lote de missivas.
“Elas revelam seus sentimentos profundos… São realmente importantes, não apenas pelo aspecto sentimental, mas naquilo que mostram sobre sua carreira.