A famosa sala de concentos Carnegie Hall de Nova York enfrenta a primeira greve em seus 122 anos de história, obrigando o cancelamento da noite de abertura da temporada por conta dos protestos dos ajudantes de palco, informaram nesta quinta-feira o site da instituição e o sindicato.
O concerto previsto para abrir a temporada durante a noite passada, que contava com a Orquestra da Filadélfia, com o violinista Joshua Bell e com a direção de Yannick Nézet-Séguin, não pôde levar ao público as peças de Tchaikovski e Ravel que estavam programadas, já que os grevistas interromperam os trabalhos.
O sindicato Local One pede o mesmo acordo salarial para os ajudantes de palco empregados da parte educativa do Carnegie Hall, localizada ao lado da sala de concertos e que está promovendo a abertura em 2014 de novos espaços que serão chamados de “Asa da Educação” (Education Wing).
Em comunicado, os empregados afirmaram que “infelizmente, não há outra opção do que exercer o direito à greve no Carnegie Hall após 13 meses de negociações”.
Os salários dos ajudantes de palco estão entre os mais altos dos empregados do Carnegie Hall – o jornal New York Times assegura que muitos deles cobram até US$ 400 mil anuais, acima do salário de alguns músicos.
O Carnegie Hall afirma que se assumisse os custosos contratos que o sindicato propõe para nova Education Wing, “comprometeria a missão educativa” da instituição para desviar os fundos aos salários dos ajudantes de palco.
Os sindicalistas, por sua parte, afirmam que o Carnegie Hall conta com um orçamento de US$ 230 milhões para a criação destes novos espaços educativos, por isso que dizem que a política salarial com os novos ajudantes de palco “não foi tratada de maneira apropriada”.
Apesar da interrupção ocorrida ontem, os responsáveis pela sala de concertos pediram desculpas aos espectadores e garantiram que “todas as futuras apresentações do Carnegie Hall permanecem sem alterações e serão publicados diariamente informes sobre a resolução desta greve”.