Poucos conhecem Carla Cook, mas é bastante provável que os jazzófilos ainda vão ouvir falar muito dela. A jovem cantora vem sendo considerada pela crítica norte-americana como a revelação do jazz vocal, e o público de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba terá a oportunidade de vê-la em plena ascensão.
Cook encerra a quinta edição do Diners Jazz Nights, série de shows mensais no Bourbon Street Music Club, em São Paulo, apresentando-se nesta quarta e quinta-feiras.
Ela ainda fará um show aberto na praça Guido Viário, em Curitiba, na sexta-feira, e no Mistura Fina, no Rio de Janeiro, no sábado.
A cantora terá o desafio de substituir outra revelação, Norah Jones, inicialmente programada para encerrar o Diners Jazz, mas que cancelou os shows devido à superlotação de sua agenda.
VARIADAS INFLUÊNCIAS E MPB
Cook tem uma variada gama de influências, que vai de Miles Davis a Chaka Khan. Nascida em Detroit, acostumou-se desde criança a ouvir o soul da gravadora Motown (Stevie Wonder, Marvin Gaye, Diana Ross, Jackson Five), sediada na cidade. Aprendeu a cantar gospel em um coral de igreja e, mais tarde, interessou-se pelo jazz, música clássica e rhyhm & blues.
Radicada em Nova York, ela já gravou com expoentes das novas gerações como a violinista Regina Carter e o baixista Lonnie Plaxico. Sua fama já cruzou o Atlântico, levando-a a apresentações na Europa e no Oriente Médio.
Ela não demorou a gravar seu primeiro CD, “It’s All About Love” (1999), indicado para o Grammy e outros importantes prêmios como o da Jazz Journalist Association. O segundo disco, “Dem Bones” (2001), chamou atenção não só pela qualidade, mas também pela inclusão de duas composições brasileiras (vertidas para o inglês): “Se Todos Fossem Iguais a Você” (de Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e “O Cantador” (de Dori Caymmi e Nelson Motta). Pode-se esperar, portanto, algo de MPB em seus concertos no Brasil.
Seu mais recente disco é “Simply Natural”, lançado este ano.
A banda que vem com Carla é uma atração à parte: o citado Lonnie Plaxico (que notabilizou-se nos Jazz Messengers de Art Blakey), Steve Kroon (percussionista de Ron Carter), o pianista Andy Milne (que já gravou com Ravi Coltrane) e Mark George McLean na bateria.