Ian Lasserre está de volta com seu terceiro disco de estúdio, Meu Único Medo É Primavera. Dois anos após o lançamento do aclamado álbum Átimo (2020), o cantor e compositor baiano se reinventa sonoramente e traz uma nova proposta para sua arte: mesclar sons atuais e clássicos com o objetivo de buscar uma nova abordagem na música brasileira.
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Para atingir tal feito, Ian Lasserre ouviu muito jazz contemporâneo e consagrados mestres da MPB – principalmente do setor tropicalista. Entre os principais estão Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Donato, Moacir Santos e Toninho Horta. O primeiro single do novo disco, “Eu Vim Para Cantar”, traz em sua construção melódica muito da proposta contemporânea mesclada ao som clássico do samba, fundindo o orgânico ao eletrônico de forma bastante rica e natural.
Esse contraste entre o moderno e o antigo, o natural e o tecnológico, se encontra também nas reflexões de Meu Único Medo É Primavera. Em “Corpo a Corpo”, Ian Lasserre reflete sobre as coisas mais substanciais da vida, como a conexão olho no olho com outra pessoa e a sensação de ‘transcender entre uma fricção corpo a corpo, não só no plano físico’, coisas que aprendeu durante os dois anos em que viveu na Chapada Diamantina, levando uma vida mais rural.
O título do álbum evoca a ideia do desabrochar de flores e árvores através dos ventos de semeadura; o início de um novo ciclo que indica que a vida segue acontecendo, independente das dificuldades do inverno. Assim, para Ian Lasserre, seu único medo é sua única esperança: o medo do novo, do desconhecido, do que está por vir, se mistura com o desejo do sonhar, a partilha da ideia de mudança e da confecção de novos mundos através dos ciclos da vida que nunca cessam em nos surpreender.
Sobre o processo de produção e composição do álbum, o cantor comenta: “Foi um desafio muito grande, já que os dois álbuns anteriores eu contei com a produção musical do grande produtor sueco radicado na Bahia, Sebastian Notini. Em Meu Único Medo é Primavera, eu assumi a produção musical pela primeira vez ao lado do Rafa Castro, músico, compositor e songwriter também.”
Além dos singles divulgados previamente, Ian Lasserre destaca duas faixas entre as onze que compõem o álbum: “Abraxas”, feita em parceria com Flávio Tris, e “Voa Sim”, que conta com a participação de Sidmar Vieira. Ele também comenta a participação de outros músicos que participaram ativamente da construção do projeto:
“Inevitavelmente o resultado estético e sonoro mudou bastante se levarmos em conta também que gravamos em São Paulo com músicos extraordinários como Vitor Cabral na bateria, Igor Pimenta no baixo, e Conrado Goys nas guitarras. É quase um ‘dream team’ e todos parecem ter entendido muito bem o que nós estávamos procurando em termos de sonoridade. Ou seja, o processo de produção do álbum como um todo foi muito eficiente e delicioso,” conclui.