Uma massa de gente vestida de preto tomou conta do Rock in Rio nesta quinta-feira (19), na abertura da segunda etapa do festival, que vai até domingo. Mas bem diferente da milícia fascista Camisas Negras, os homens (a maioria) e mulheres (poucas) de preto aqui só querem curtir sua música.
O Virgula Festivais encontrou pais e filhos, casais de namorados e amigos ansiosos por ver, principalmente, o Metallica. Humberto Peres, 35 anos, funcionário público, veio de Uberlândia, para assistir aos shows com Fernando Correia, 24, professor, que mora no Rio.
“Gosto de Metallica desde criança”, conta Fernando. Para Humberto, a energia, o instrumental e o vocal da banda californiana a fazem especial. “Já fui mais metaleiro”, pondera Fernando. Sobre a presença dos mineiros nos festivais, comentada pela reportagem que já havia visto gente enrolada na bandeira do Estado e com a bandeira do Cruzeiro, ele fez graça: “Mineiro está em todo lugar”.
Com dreadlocks que poderiam soar destoantes, caso não estivéssemos em um mundo de fronteiras porosas, Xandão Tavares, 37, músico, elogia o peso e a energia do Metallica. O visual não engana, sua banda, a Tora Bora, trafega entre o pop rock e o reggae. “A gente gosta de tudo, se for bom está valendo”, defende ao lado da mulher Anne Nargis, 26, professora de dança do ventre.
Anne, por sua vez, destaca as letras da banda de James Hetfield. Mais tarde, elas serão cantadas como hinos patrióticos, militares ou religiosos, dependendo do ponto de vista. Mas aqui, graças aos deuses do metal, a violência está restrita à música.