O Via Funchal foi transformado numa verdadeira pista de dança durante as mais de duas horas de show dos veteranos do New Order, em São Paulo.
Marcado para começar às 22h, uma hora e meia antes do show os fãs, desde os mais velhos que começaram curtindo o Joy Division até os mais novos que acompanham apenas o New Order, já tomavam parte do espaço na pista, demonstrando a ansiedade em ver ao vivo uma das bandas pioneiras da mistura do rock com a música eletrônica, e que há vinte anos não tocava no país.
Crystal, do disco Get Ready abriu o show, seguida por Turn e a clássica Regret. Peter Hook, de cara, mostrou que daria um show particular, tocando nos cantos do palco, bem próximo ao público.
O vocalista Bernard Summer (foto) conversou com o público em um ‘carregado’ inglês britânico, o que tornou dificil entendê-lo. Mas isso não atrapalhou em nada. O momento mais engraçado foi quando agradeceu com ‘muchas gracias’, e logo depois se corrigiu dizendo que não sabia falar português, mas sabia dizer ‘muito obrigado’.
Durante todo o show Stephen Morris fica escondido na cozinha, atrás da bateria, assim como Phil Cummings, guitarrista e responsável pelos sintetizadores que dão a base da música do New Order. Mas o show é mesmo de Bernard e Hook.
O repertório traz uma mistura de músicas do Joy Division e do New Order, para a satisfação de todos os fãs: Dance, Dance, Dance to the Radio, foi cantada em coro, com o público obedecendo a ordem: dançar. Na sequência vieram Waiting for the Sirens, True Faith, Temptation, entre outras.
Bernard deixou sua guitarra de lado e a bateria de Phil anunciava Bizarre Love Triangle. Na hora de um grande hit, todo mundo é fã, então dá para imaginar o que aconteceu. O próprio Bernard saiu dançando pelo palco, e ao final, cantou ajoelhado o trecho ‘I get down on my knees and pray’.
Blue Monday encerrou a primeira parte do show, reconhecida logo nas primeiras notas. A segunda-feira triste, como canta a música, foi transformada em uma verdadeira balada.
No bis, Bernard anunciou She Lost Control e para encerrar a noite Love Will Tear as Apart, clássico do Joy Division na voz de Ian Curtis. Cantada por Bernard a canção perde a melancolia e torna-se mais um motivo para dançar. Para os paulistanos, certamente está não foi uma “segunda-feira triste”.