Andando como um convidado simples pelo salão nobre do Teatro Municipal de São Paulo, na noite desta quinta-feira, Tom Zé acompanhava o encontro dos Mutantes para apresentar a primeira música inédita em 30 anos como um coadjuvante.

Mas, longe de ser um convidado comum, o músico tem muito a ver com a volta dos Mutantes. “Sempre achei que eles tinham que voltar. Quando o Sérgio me mostrou as primeiras músicas novas, vi muita coisa bonita. Ao mesmo tempo, ele sentia medo pois estava com o mundo pra cair em sua cabeça”, disse Tom ao Virgula.

Para Tom, o medo e a expectativa fizeram bem aos novos parceiros. Ele diz que as novas músicas “têm proteína, o que gera rebeldia e vida”. “Era preciso alguém pra marcar essa geração, pra fungar no cangote dessa juventude”, disse Tom rindo.

Hoje, ele não concorda com a afirmação de que há um vazio na música ou muitos artistas descompromissados. “Algumas coisas não acontecem duas vezes. Mas se você procurar você acha bons artistas no Brasil. Você sabe que nos EUA eles têm costume de convidar duas, três bandas brasileiras para abrir festivais, conhecem mais que a gente”.

Sobre esse reconhecimento lá fora, Tom fala com propriedade de quem teve a carreira revigorada por David Byrne, do Talkinheads. A questão é simples: “basta pegar a vara e pescar que você acha”, brinca ele.

Quanto às voltas de várias bandas das antigas à ativa, Tom só vê pontos positivos. Uma banda não deve ter data de validade. “Uma vez, o Torquato Neto me disse que ia lançar uma música em parceria com Edu Lobo nos EUA e ia ganhar dinheiro a vida toda. Em um mês ela ia chegar a um público, em dois anos a outro…e por aí vai. A música segue ganhando novos públicos”.

Em estúdio, Tom espera lançar o sucessor de Dança-eh-Sá ainda este ano.

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Tom Zé: Mutantes vai fungar no cangote da juventude