Na noite anterior ao show mais importante dos Paralamas do Sucesso nos últimos anos, a banda se juntou, nesta sexta-feira, ao amigo, guitarrista e cantor Roberto Frejat (do Barão Vermelho) e à cantora Vanessa da Mata, em Campinas (SP). Os Paralamas abrem, neste sábado, o show do The Police no Maracanã.
Sempre “estradeiros”, os Paralamas estavam animados no palco. A beleza natural do local – a Pedreira do Chapadão – ajudou muito para que o clima, que já era de festa, (hoje é feriado na cidade) ficasse ainda melhor.
Durante boa parte da apresentação, foram os Paralamas que ficaram no palco. Mas algumas intervenções de Vanessa e Frejat deram mais brilho à uma noite particularmente especial, tanto para o público quanto para a banda.
Herbert Vianna e Vanessa da Mata se juntaram para cantar “Lanterna dos Afogados”, em uma versão nada ensaiada e que teve um resultado surpreendente. Além desta, ela cantou “Meu Erro” e “Boa Sorte/Good Luck”.
Frejat foi chamado por Herbert Vianna ao palco, e logo a dupla mandou “Uns Dias”, que eles já haviam gravado juntos no DVD e CD homônimos. Teve ainda “Que País É Esse?”, da Legião Urbana, e “Exagerado”, de Cazuza.
Depois, Frejat ficou sozinho no palco. Acompanhado apenas de um violão, cantou “Por Você”, do Barão, “Segredos” e “Amor pra Recomeçar”, de seu primeiro disco solo.
Voltam os Paralamas. A banda coloca todo mundo pra dançar com “Lourinha Bombril”, “Uma Brasileira”, “Trac-Trac” e “Busca Vida”. Antes de chamarem os outros convidados para encerrarem o show, os do Sucesso fizeram a alegria dos mais velhos (e mais novos também) e mandaram “Vital e Sua Moto”, de 1983. Ao final da canção, Herbert emendou “Every Breath You Take”, do The Police, e disse: “Amanhã (sábado) vamos abrir o show da nossa banda preferida.”
Público satisfeito, hora de ir embora. Os Paralamas tinham de estar no Rio de Janeiro na parte da manhã. A correria era grande. O baixista Bi Ribeiro e o baterista João Barone foram os primeiros a deixar o local rumo ao hotel.
Quem ficou foi Herbert Vianna. Sereno, tranquilo, com uma taça de champagne nas mãos e a calma de quem acabou de colocar milhares de pessoas pra dançar, ele falou com exclusividade ao Virgula.
Um dia antes da abertura do show do Police, vocês estão em Campinas. Os Paralamas gostam mesmo é da estrada?
É impressionante. A estrada é o habitat natural da nossa banda. A variedade de público, de cenários, de lugares, alimenta a nossa alegria de desbravar o país há mais de 25 anos.”
Não só o Brasil, né?
Pois é. E agora tá acontecendo uma coisa muito forte, de a gente ter uma resposta dos latino-americanos que moram nos Estados Unidos. Você sabe que, dentro dos EUA – que por muito tempo foi vendido com o país dos sonhos – tem muito latino, e isso vai formando comunidades. O índice de pessoas que falam espanhol é quase igual ao dos que têm o inglês como língua. Então, pra gente, ouvir a reação da platéia, ter esse retorno, e nos darmos conta de que nosso trabalho está viajando e que aquela “muralha impenetrável” que os americanos colocam pro mundo está sendo quebrada é sensacional. E a gente já encheu o La Bombonera (estádio do Boca Juniors, da Argentina) duas vezes!
E amanhã?
O Police é a nossa banda preferida. Vai ser surreal poder abrir o show no Maracanã.
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