A revista Rolling Stone americana publicou uma lista com as melhores capas de discos de 2008 em sua mais recente edição.
Entre as escolhidas estão a revelação de Seattle, Fleet Foxes, Trent Reznor e seu Nine Inch Nails, os britânicos do Death Cab For Cutie e a banda de Las Vegas, The Killers, que faturou o primeiro lugar com seu terceiro disco, Day & Age.
Muito era esperado desse álbum depois da guinada musical tomada pela banda em seu segundo disco de estúdio, Sam’s Town, de 2006. As mudanças no processo de composição do quarteto são provavelmente as mais gritantes entre todas as bandas do chamado indie rock de sua geração.
Além dessa mudança, o amadurecimento da banda do primeiro para o segundo disco também foi grande. Os Killers não tiveram medo de mandar sua música para direções setentistas ao invés de continuar bebendo da fonte dos anos 80 como em seu debut, Hot Fuss.
O grande lance de Day & Age foi a capacidade que a banda adquiriu de misturar elementos musicais não-misturaveis e de esforçar-se em criar uma estética própria dentro do rock dançante, por assim dizer.
As linhas vocais de Brandon Flowers caem como uma luva nesse novo caminho seguido pela banda de Vegas, que assim como seus vizinhos do Panic at The Disco!, adoram trabalhar as vocalizações em coro com teclados que enriquecem demais as músicas.
Basta ouvir faixas como This Is Your Life e Lousing Touch para perceber que o coração dos Killers não é mais sua seção rítmica e sim os teclados e a voz de seu frontman.
Isso para não falar das influências até então inexploradas pela banda, como a inegável levada bossa nova de I Can’t Stay e da própria Neon Tiger, que passeia pelo psychpop de artistas como Beck.
Day & Age pode até não ser tão surpreendente como o álbum de estréia, ou tão “grandioso” e cheio de hinos como Sam’s Town, mas revela uma face até então encoberta do quarteto liderado por Flowers. Os Killers, com toda a certeza, não tem mais medo de errar.