Mesmo quem não é grande admirador da bossa-nova conhece pelo menos as mais importantes parcerias musicais entre Vinicius de Moraes e Tom Jobim, que ajudaram a definir a bossa-nova. Mas você seria capaz de lembrar quando foi que tudo começou? Nada menos que há exatos 50 anos.

Vinicius lia a história do mito grego Orfeu quando teve a idéia de adaptar a história para o teatro. Orfeu da Conceição se passa num morro carioca. Para a peça, precisava de alguém com habilidade suficiente para criar uma trilha que misturasse, na medida certa, poesia e samba. Por sugestão de amigos, procurou um jovem compositor que até então desconhecia, Antônio Carlos Jobim. Começava aí uma das mais brilhantes parcerias da música brasileira. A peça contava ainda com outro nome de peso: Oscar Niemeyer assinava o cenário, o único em toda carreira.

A peça estreou no Rio em setembro daquele ano, e em comemoração aos seus 50 anos, o palco do Auditório Ibirapuera promoveu no último final de semana, uma festa-homenagem com Ná Ozetti, Mariana de Moraes, José Miguel Wisnik e Renato Braz interpretando as músicas compostas para a peça teatral.

Além das canções, Um Nome de Mulher, Se Todos Fossem Iguais a Você, Mulher Sempre Mulher, Eu e o Meu Amor, Lamento no Morro, entre outras, vídeos com imagens dos compositores e áudios de Vinicius recitando alguns de seus poemas roubaram discretas lágrimas da platéia.

A homenagem coincidiu também com o aniversário de um ano do Auditório, que foi palco de mais de 42 shows dos mais variados estilos, do rock ao clássico.

Neste domingo, a apresentação foi gravada para um especial da TV Cultura, ainda sem data certa de exibição. Na platéia, jovens que apreciam a música da dupla e velhos fãs, que acompanharam desde o início a trajetória de ambos. Caso dos estudantes Juliana Matoso, 24 anos, e Carlos Eduardo Mantovani, 23. “Conheci Vinicius com meu pai e aprendi a gostar do que ele dizia nas músicas. Ninguém canta o amor como ele”, disse a estudante. Já o rapaz, estudante de violão, se considera um amante da bossa-nova, estilo que Vinicius e Tom ajudaram a criar.

Depois de uma hora e meia de show, os cantores, acompanhados de uma orquestra, voltaram ao palco para repetir Chega de Saudade, música que toda a platéia sabia de cor, e que deixa saudades de uma época de ouro da música popular brasileira.


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Show homenageia a 1ª parceria de Vinicius de Moraes e Tom Jobim

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