A diversidade de São Paulo é motivo de inspiração para muitos músicos. A selva de pedras já foi cantada em Sampa, de Caetano Veloso, e de lá pra cá, vem sendo representada em novos versos.

O Titã Sérgio Britto fez questão de abrir seu 2º disco, Eu Sou 300, com uma múscia dedicada à metrópole, com o nome de São Paulo (Cosmópolis). “O ritmo da cidade, essa coisa mutável e mutante. Foi uma música de caso pensado, sobre a cidade. Sei que tem muitas músicas que falam de São Paulo, mas bem menos do que as que fazem referência ao Rio de Janeiro”, diz. A música tem uma linguagem que vai se costurando, vai rápida, assim como São Paulo.

Somam-se a ele e Cetano figuras como Gilberto Gil (que em Punk da Periferia canta a diferença, lembra a Freguesia do Ó e choca ao rimar “egotados os poderes da ciência / esgotada toda a nossa paciência / eis que esta cidade é um esgoto só“), Tom Zé (com São São Paulo) e o Racionais MCs, mostrando o lado violento da cidade em Fim de Semana no Parque.

Edgar Scandurra, do Ira!, em disco solo também homenageou a cidade em S.a.o.til.p.a.u.l.o., que traz uma visão mais esperançosa do caos em que a cidade se encontra diariamente.

O mesmo Edgar, há décadas, escreveu um desabafo adolescente ao compor Pobre Paulista, esta, sucesso com o Ira!.

Em Chacina, Arnaldo Antunes solta o verbo:
Dois estão feridos, mais sete escondidos/ e os outros seis, já viraram três quem tava do lado também foi queimado/ quem pode escapar, não pode falar ninguém teve pena, ninguém teve dó/ daquela família, só ficou avó/ e daquele corpo, osso dente e unha/ ninguém quer o corpo, ninguém testemunha“.

Nos versos há São Paulo para todos os gostos, tribos e climas. E para curtir o aniversário da cidade sem pensar apenas nas músicas que retratam o lado negro da cidade, é melhor cantar o primeiro verso de São Paulo São Paulo, do grupo Premeditando o Breque. “É sempre lindo andar na cidade de São Paulo“.


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São Paulo 453 anos: Metrópole já foi tema de várias canções