Músicos que trabalham nas orquestras de espetáculos tradicionais da Broadway, como “O Fantasma da Ópera”, e em sucessos mais recentes, como “Hairspray”, anunciaram na terça-feira que podem entrar em greve depois que seu contrato coletivo chegar ao fim, no próximo domingo.

As negociações entre o sindicato de músicos e os produtores tropeçaram numa cláusula do contrato que requer que um número mínimo de membros de cada orquestra seja contratado por cada teatro da Broadway. Em alguns casos, os produtores podem negociar reduções.

Esta semana os musicais da Broadway estão sendo ensaiados com música gravada, em preparação para uma possível greve dos músicos.

A Liga Americana de Teatros e Produtoras, que representa os produtores da Broadway, jurou que a música ao vivo sempre fará parte da “experiência da Broadway” — a não ser que os músicos façam greve.

“A Broadway nunca vai deixar de ter música ao vivo”, disse o presidente das produtoras, Jed Bernstein. “A única hipótese de recorrermos à tecnologia de orquestras virtuais é se houver uma greve de músicos.”

As chamadas “orquestras virtuais” que estão sendo utilizadas nos ensaios esta semana são sofisticados sistemas de playback, controlados por computador, feitos para reproduzir o som de músicos ao vivo.

Bill Moriarity, diretor da Filial 802 da Federação Americana de Músicos, disse que os músicos de seu sindicato temem que a eliminação da cláusula que exige um número mínimo de músicos “leve à redução imediata e, com o tempo, à eliminação da música ao vivo na Broadway”.

As negociações entre o sindicato de músicos e as produtoras devem continuar até o fim de semana.

Bernstein não quis especular sobre como os frequentadores da Broadway podem reagir ao uso de música gravada ou à possibilidade de os espetáculos oferecerem descontos nos preços dos ingressos, caso a greve de fato aconteça.

“Espero que não precisemos chegar a isso”, comentou.


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Broadway se prepara para possível greve de músicos