O primeiro caso de Aids no mundo, reconhecido por médicos, foi em 1959, no Congo (África), onde um homem morreu da até então não identificada doença. No Brasil, os primeiros casos foram notificados em 1980, entre eles, Agenor Miranda de Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza.
No auge de sua carreira solo, o cantor, que tinha começado como vocalista do Barão Vermelho, descobriu ser portador do vírus HIV em meados meados da década de 80. Em 87 foi para Boston, onde ficou dois meses fazendo tratamento com AZT, sendo uma das ‘cobaias’ do tratamento, novidade na época.
Quando voltou, gravou o disco Ideologia, onde falava de suas experiências e da perspectiva da morte. Numa entrevista ‘histórica’ para o jornalista Zeca Camargo, na época repórter da Folha de S. Paulo, assume ser portador do HIV, ou “da maldita”, como ele chama a doença. Era a primeira personalidade pública a assumir que estava doente. Morreu no Rio de Janeiro, em 7 de julho de 1990, com 32 anos de idade.
Depois da morte de Cazuza seus pais, Lucinha e João Araújo fundaram em 1990 a sociedade Viva Cazuza, que atende crianças e adultos portadoras do vírus.
Freddie Mercury, a segunda baixa na música
A Aids ainda faria mais vítimas no mundo da música, entre elas, Farrokh Bulsara, o garoto que saiu de Stone Town, em Zanzibar, na África, para ficar mundialmente conhecido como Freddie Mercury.
Freddie nunca saiu oficialmente do armário. Namorou durante muitos anos Mary Austin, a quem dedicou a canção Love of My Life, e passou os últimos anos de sua vida ao lado de Jim Hutton, que para os outros ele dizia ser seu guarda-costas.
Só assumiu publicamente sua condição ao anunciar que estava com AIDS, um dia antes de morrer, em 24 de novembro de 1991 em Londres.
Renato Russo
Por fim, a música brasileira ainda sofreria mais uma perda com a morte do líder da Legião Urbana Renato Russo.
Renato Russo era soropositivo desde 1990, mas ao contrário de Cazuza, jamais revelou publicamente sua doença. Morreu em seu apartamento, no Rio de Janeiro, pesando apenas 45 quilos em 11 de outubro de 1996. Seu corpo foi cremado no dia seguinte no cemitério do Caju.
Certa vez, Renato declarou que a morte de Cazuza em decorrência da Aids era algo que mexia muito com ele. “Essa questão toda da Aids, o lance do Cazuza até hoje me deixa assim… Veja, nós temos praticamente a mesma idade, a gente é da mesma cidade, do mesmo signo, faz a mesma coisa, tem o mesmo tipo de vida…”.
Renato passou os últimos dias recluso em seu apartamento numa rua arborizada de Ipanema, acompanhado apenas pelo pai e por um enfermeiro, e já se recusava a prosseguir um tratamento à base de coquetéis de drogas.