L_cio

Se alguém duvida do poder de fogo da gravadora alemã Kompakt, basta olhar para a trajetória de Gui Boratto. Foi graças ao empurrão deles que o produtor se tornou um dos nomes mais prestigiados da música brasileira. A bola da vez agora é o paulistano Laercio Schwantes, o L_cio. Virtuose da flauta transversal, ele injeta uma musicalidade rara no universo da música de pista, aproximando beats e timbres sintetizados criados em tempo real (live) à vibe jazzística.

Ouça L_cio:

L_cio, que foi integrado recentemente ao cast da Kompakt e deve lançar um EP no ano que vem, é também um agitador incansável da cena paulistana, participa dos projetos Lacozta (com Daniel Cozta), Gaturamo (com Pedro Zopelar), Teto Preto (com Laura Diaz, Bica e Zopelar) e está envolvido com as festas Capslock, Mamba Negra e ODD. Enfim, se você se jogou na noite paulistana nos últimos tempos já deve ter curtido o som do cara que está prestes a estourar no mundo. Veja a ideia que nós trocamos com ele.

 Fale um pouco sobre a Kompakt, o que representa pra você lançar e ser agenciado por eles?
L_cio – A Kompakt é uma das principais gravadoras/selo de musica eletrônica do mundo, e também agencia artistas muito relevantes (Michael Mayer, Superpitcher, Patrice Baumel, Barnt). Ser agenciado por eles é um sonho, pois vou poder tocar em festas e festivais excelentes, ao lado de artistas que admiro muito. E ano que vem devo lançar meu primeiro disco pela Kompakt.

Comparar a música eletrônica em termos de qualidade, estrutura e público entre Brasil e Alemanha seria um inevitável 7 a 1? Qual seria o caminho pra desenvolver a cena brasileira?
L_cio – Não acho que exista tamanha diferença e também não  acho que podemos comparar as cenas, pois temos contextos históricos e culturais bem diferentes. Acho que não existe modelo pra que a cena se desenvolva, existe muito trabalho, e isso está sendo feito por muitos artistas e produtores de festas por aqui.

Em que projetos trabalha atualmente e como isso foi importante pra que se desenvolvesse em seu trampo solo?
L_cio – Tenho quatro projetos diferentes e com sonoridades bem distintas também: Gaturamo (com Pedro Zopelar), Lacozta (com Daniel Cozta), Teto Preto (com Laura Diaz, Bica e Zopelar) e L_cio.

Todos os projetos são “live” e surgiram após meu trabalho solo – direta ou indiretamente cada projeto influencia o outro, mas tenho conseguido trabalhar separadamente com todos de maneira orgânica, sem pressa.

Também dou suporte para algumas festas em SP – Capslock, Mamba Negra e ODD. O projeto Teto Preto surgiu na Mamba por ideia da Cashu e da Laura Diaz de terem apresentações de live com instrumentistas.

Como descreveria sua música para uma pessoa razoavelmente leiga no universo da música eletrônica mais experimental?
L_cio – Minha música não é experimental. Faço música eletrônica voltada para a pista. A diferença é que apresento minhas músicas ao vivo, usando drum machines, sintetizadores e instrumentos musicais, no caso a flauta.

O nacionalismo atrasou o desenvolvimento de uma música eletrônica brasileira que fugisse de rotulações fáceis herdadas do samba, bossa e MPB, uma música brasileira sem um abacaxi na cabeça?
L_cio – Nao concordo com nenhum tipo de nacionalismo. Acho que temos diferentes influências culturais que aparecem na nossa expressão. A música eletrônica brasileira não precisa de rótulos.


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Brasileiro é aposta de uma das principais gravadoras de música eletrônica do mundo

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