Lançamento: Go Away White (Setembro de 2008)
Artista: Bauhaus
Gravadora: Music Brokers (nacional)

Depois de 25 anos sem lançar material inédito, os ingleses do Bauhaus deram mais uma chance a si mesmos em uma segunda reunião (a primeira aconteceu em 1995, mas não rendeu nenhum álbum de estúdio) para reacender o culto que os segue desde o começo da carreira.

E a banda que é um dos pilares fundamentais do chamado rock gótico renasceu das cinzas dos distantes anos 80 em uma encarnação muito mais garageira nessa última empreitada, o Go Away White.

Lançado ainda em março nos EUA e Europa, o quarto álbum de estúdio da lendaria banda britânica chegou ao Brasil apenas em setembro, através da Music Brokers.

O líder e principal compositor da banda, Peter Murphy, reuniu novamente a banda de Northampton no final do ano de 2007 e conseguiu renovar a música do quarteto o suficiente para mostrar que gás não é o que faltava na química entre os músicos.

Basta ouvir a segunda faixa, Adrenalin, para ver que a banda ainda teria muita lenha para queimar, se assim desejasse. As guitarras profundas de Daniel Ash dão o tom sombrio e melancólico à música, assim como nos outros três álbuns de estúdio dos britânicos.

Mas apesar da voz característica de Murphy e das inevitáveis referências musicais oitentistas, o Bauhaus foi capaz de se reformular e beber de outras fontes na composição das faixas. Ouça a stoner rock Undone e a suja International Bulletproof Talent e comprove que o álbum não é mais uma daquelas re-visitas nostálgicas ao passado.

A mais parecida com as músicas mais antigas da banda é Endless Summer of The Dead, que poderia muito bem fazer parte do tão cultuado álbum de estréia do Bauhaus, In The Flat Field, de 1980.

Destaque para a capacidade vocal de Murphy, que prepara agradáveis surpresas em suas belas letras e para a riqueza de sua voz em faixas como Saved e The Dog’s a Vapour.

Black Stone Heart, faixa que contém o verso que dá nome ao disco, estranhamente retrata bem o que acontece com os egos e os inexplicáveis desentendimentos pelos quais a banda acabou passando em toda sua carreira.

A melancólica Zikir fecha esse que é um dos melhores discos da carreira do quarteto. Infelizmente, a banda foi mais uma vez alvo de si mesma e se separou novamente, antes mesmo de poder excursionar pelo mundo com o fôlego renovado que mostra em Go Away White.


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