O vocalista da banda irlandesa U2, Bono, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O’Neill, estão firmando uma das parcerias mais insólitas da história da diplomacia, na semana que vem, quando visitarem juntos países da África assolados pela pobreza.

O astro do rock e o republicano George Bush estão unindo forças para ajudar a combater a dívida e a Aids no continente.

“É uma coisa sem precedentes”, disse Bobby Shriver, filho de Sargent e Eunice Shriver, do clã Kennedy. Shriver é produtor de Los Angeles e estrategista político de Bono, e ajudou a criar a carreira dupla do cantor — de astro e “salvador do mundo”.

O cantor acabou se tornando tão conhecido por suas campanhas quanto por sua música, ao usar a fama para se embrenhar nos corredores do poder.

“Poderá Bono salvar o mundo?”, lia-se em uma manchete da revista Time deste ano.

Nascido em Dublin em 10 de maio de 1960, Bono vem defendendo incansavelmente, nos últimos anos, o perdão da dívida dos países pobres, especialmente os da África.

O movimento Perdão da Dívida, da qual faz parte, afirma que a retirada do débito de 350 milhões de dólares permitiria que esses países gastassem dinheiro em saúde e educação, em vez de pagar juros de dívidas contraídas por governos às vezes corruptos e que na maior parte das vezes já caíram do poder.

“Estou cansado de sonhar. Comecei a fazer”, disse Bono à Time. O artista, que participou do concerto Live Aid contra a fome em 1985, organizado por seu compatriota Bob Geldof, criou também o grupo Data (Dívida, Ajuda, Comércio para a África), que defende ajuda econômica, redução das tarifas de exportação e dinheiro para o combate da Aids.

Em troca, os países africanos deverão se comprometer a melhorar as instituições da democracia, e aumentar a transparência governamental — e isso é o que Bono e O’Neill vão checar pessoalmente em sua viagem de dez dias.


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Bono e EUA fazem parceria insólita contra pobreza

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