Bob Dylan
O cantor Bob Dylan e a multinacional Coca-Cola foram neste ano alvos de críticas sempre presentes nas edições do Super Bowl, o grande evento esportivo dos Estados Unidos, que no domingo passado atingiu uma audiência recorde de 111,5 milhões de telespectadores.
Aparentemente os anúncios deste ano, como sempre multimilionários e ansiosamente aguardados como o próprio jogo, evitavam entrar em terrenos conflituosos e todos tinham um tom familiar, patriótico e sentimental, perfeito para um dia de celebração nacional em casas e bares.
Parecia impossível que a polêmica deste ano recaísse em um anúncio tão conciliador como o da Coca-Cola, onde foi homenageada a diversidade dos EUA através de pessoas de diferentes origens que cantam em várias línguas a canção America the Beautiful, considerada um dos hinos não oficiais do país.
Muitos comemoraram nas redes sociais o poético elogio à imigração como base da identidade nacional, mas grupos racistas e setores mais conservadores pediram um boicote à Coca-Cola e exigiram que uma canção tão patriótica só fosse cantada em inglês, apesar de não haver um idioma nacional oficial e milhões de americanos terem outra língua materna ou falarem outro idioma na esfera privada.
Quem também não poderia prever ser alvo de críticas era o cantor Bob Dylan. Fãs e críticos o chamaram de “vendido” por participar de dois dos anúncios milionários do Super Bowl.
“O Bob Dylan jovem vomitaria na boca do Bob Dylan velho por fazer anúncios de carros, especialmente patrióticos”, disse um usuário do Twitter em referência ao vídeo de Chrysler onde o cantor aparece e pergunta: “Existe alguma coisa mais americana do que a América?”.
Dylan, que recebeu críticas em outras ocasiões por fazer anúncios publicitários, gerou revolta no público em dobro, já que sua música estava presente não em um, mas em dois anúncios. O outro, do iogurte Chobani.