Que o electrohouse é um dos gêneros mais populares da eletrônica hoje você provavelmente já sabe. Alguns acham até que ele está popular demais. Muitos DJs que abraçaram o som no começo já estão saindo fora dele.
Mas, polêmicas a parte, o electrohouse ajudou a mudar a cara do som das pistas nos últimos três anos. Ao lado do minimal, deixou a trilha da balada, que antes era pautada pelo techno e house mais tradicional, com uma cara mais suja e sintética.
O electrohouse conquistou fãs de todas as partes: de clubes underground como Vegas e D-Edge a raves de psy-trance a baladas gay aos ouvintes de rádios pop que curtem Dave Spoon, The Egg e David Guetta.
E como e onde surgiu esse som? Bom, como quase todo gênero, ele não nasceu de uma hora para outra. Ele é mais o resultado de uma evolução musical.
Origens
As origens do electrohouse estão em dois lugares:
a) O electroclash, movimento do início da década que trouxe para a música eletrônica uma atitude debochada, influências das sonoridades dos anos 80, muitos vocais e uma certa postura rock. Fischerspooner (que tocou no Skol de 2004) e Peaches estão entre os artistas mais conhecidos dessa linha. Este era um som eletrônico bem sujo.
b) artistas como Miss Kittin, The Hacker, Kiko e Felix The Housecat que promoveram um resgate intenso de sons do começo dos anos 80, do electro-funk de Afrika Bambaataa ao technopop de Depeche Mode e Soft Cell à italo-disco de Alexander Robotnick e La Bionda. Este era um som eletrônico bem sintético.
O sucesso dessas duas correntes criou uma empolgação pelos sons sujos e sintéticos, bem com cara de eletrônico mesmo, que se desdobrou em produtores (boa parte ingleses mas a maioria mesmo alemães) como Tiefschwarz, Coburn (do DJ Tim Healey), D Ramirez (que tocou no Skol Beats em 2007), Damian Lazarus, King Roc, DJ Tocadisco, Marc Romboy, Phonique, Zoo Brazil, John Dahlback, Danny Freakazoid e Rex The Dog que aplicaram essas idéias ao groovão da house. Pronto! Nascia o electrohouse.
Rejeição
O detalhe é que, assim que começou a chamar atenção, o estilo já provocou reações violentas dos fãs mais puristas de house e de electro. Para eles, electrohouse não era nem electro nem house, mas sim um vira-lata sarnento que desvirtuava o nome de seus estilos favoritos.
Bobagens à parte, o fato é que o electrohouse foi responsável por muitos bons momentos de pista nos últimos três anos. Singles como “Blow”, do Tiefschwarz, o remix do D Ramirez para “Yeah Yeah”, de Bodyrox e Luciana, “My Love Is Systematic”, de Marc Romboy, já viraram clássicos recentes da pista.
Hoje, o electrohouse é uma influência especialmente grande no dance mais pop e no som barulhento do maximal e da new rave. No Skol Beats 2008, não há nenhum artista diretamente ligado a esse gênero mas é certo que se poderá ouvir ecos desse som em alguns nomes, como Justice, Digitalism, Sebastian Ingrosso e Steve Angello.
Como foi dito lá em cima, para muitos DJs e produtores, o electrohouse já cumpriu sua missão e esgotou suas idéias. Por isso, eles buscam novas sonoridades ou transformam as existentes. E é assim que a música eletrônica segue se reinventando, sem nunca parar no tempo