O Virgula Música foi à Argentina no último fim de semana para ver qual é a da versão portenha do festival Creamfields, realizado no dia 8 (sábado). Dançamos ao lado dos pouco mais de 50 mil presentes e entendemos por que o evento ocupa o topo do pódio entre os megaeventos de música eletrônica da América Latina. Na correria entre o palco principal e as sete arenas montadas no Autódromo de Buenos Aires, apuramos o que a festança tem de melhor e de pior. ¡Adelante!

Creamfields Buenos Aires dá aula de festival de música eletrônica

Veja imagens do Creamfields Buenos Aires 2008

Top 5 – Se melhorar estraga!

1. Som potente e equilibrado, com grave batendo na medida certa e agudos controlados. Por que não conseguimos um sistema de som decente como o de nossos colegas buenairenses em nosso principal festival de música eletrônica, o Skol Beats?

2. Line-up megalomaníaco e que não deixou a dever para nenhum festival europeu. Tinha para tudo quanto é gosto: house, rock, experimentalismos, techno e outros sabores, amarrados em cada um dos oito espaços do festival com coesão e coerência.

3. O preço. AR$ 130, ou R$ 92, foi mais do que um valor justo para apreciar esse desfile de superatrações. Foi preço de banana. Com line-up fraco, o Skol Beats deste ano vendeu ingressos a R$ 120.

4. O lugar. Distante de áreas residenciais e habitado por muito verde, o Autódromo de Buenos Aires fez bater a maior saudade de quando o Skol Beats era no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

5. A euforia e a positividade dos clubbers argentinos. Alguém explica de onde tiram tanto gás e boas vibrações? Deixam o típico carão do freqüentador de casas noturnas brasileiras no chinelo. Ponto para eles.

Top 5 – Dá para caprichar mais!

1. O monopólio de marcas na venda das bebidas irrita. Brasileiros estavam desesperados com a falta de vodka e tinham que se conformar com água, cerveja Brahma ou combinações do energético Speed, o Flash Power dos argentinos, com champagne ou licor Bols de melão. Enjôo.

2. Não imprimiu o line-up do Creamfields em casa? Azar. A programação do Creamfields estava à venda por módicos AR$ 15 (cerca de R$ 10,70). E o pior é mesmo os prevenidos que haviam trazido a lista com a ordem das atrações eram obrigados a comprar o line-up, pois nele estava impresso o mapa com a disposição das arenas pelo autódromo, que não tinha placa alguma indicando os caminhos entre um espaço e outro.

3. Se a proximidade entre as arenas facilitou transitar entre elas, acabou também causando uma mistureba entre o som de uma e de outra.

4. A dificuldade para voltar para casa. Os que não combinaram com taxistas ou vans previamente tiveram problemas para conseguir transporte de volta do Autódromo, que ficava fora da capital federal. Por alguma razão cultural, a maioria dos taxistas portenhos não gosta de pegar baladeiros pós-festa como passageiros. Para os mais sortudos, corridas de táxi até o centro da capital saíam por AR$ 120 (R$ 85).

5. Cinco? Esperar até 2009 para o próximo Creamfields Buenos Aires. Viajar a um outro país para experimentar um festival de música eletrônica poderoso de fato vale cada centavo.

*** O Virgula Música foi ao Creamfields Buenos Aires a convite da CI


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O melhor e o pior da edição 2008 do Creamfields Buenos Aires