Na ativa desde 2001, os pernambucanos do Mombojó vêm colhendo bons frutos com a proposta de misturar influências e estilos, ou em outras palavras, guitarras, computadores e cavaquinhos.

Com dois CDs gravados (Nadadenovo em 2004 e Homem Espuma em 2006), a banda é a terceira de Recife a ser convidada para o Tim Festival. Nas duas últimas edições participaram Mundo Livre S/A e Nação Zumbi.

Além disso, o clipe O Mais Vendido, faixa do novo CD, concorre na categoria Melhor Clipe de MPB no Video Music Brasil deste ano. Mas será que uma banda rica em misturas se considera um grupo de música popular brasileira?

“Poderia dizer que tocamos, realmente, música brasileira. Mas o rótulo de MPB está desgastado, associado demais a grupos com outro jeito de tocar, completamente diferente do nosso”, disse o flautista Rafael durante o chat realizado nesta quarta-feira no Virgula. “Esse tipo de rótulos só serve para nos guiar numa loja, quando vamos comprar o cd, mas na hora de fazer o som não pensamos nisso”, completa ele.

Como todas as bandas pernambucanas, é impossível não ser influenciado pelo trabalho de Chico Science. Rafael conta que não teve oportunidade de assistir a um show de Chico com a Nação Zumbi, mas acredita que o grupo continua fazendo bem o seu papel. “Ele foi uma figura muito importante, e foi realmente uma pena o seu falecimento. Mas já se passaram dez anos, a Nação Zumbi permanece como uma das bandas mais fortes do cenário brasileiro, com um público muito fiel e produzindo um som de alta qualidade. Se ele estivesse vivo, talvez as coisas fossem diferentes, mas esse tipo de coisa é impossivel de prever”, diz o flautista.

Poucas pessoas sabem mas o primeiro disco do Mombojó foi distribuído pela revista Outra Coisa, um projeto de Lobão que divulga inúmeras bandas independentes. “Acho que projetos como este sempre são válidos e quanto mais houver, melhor. Esse tipo de projeto nunca é pouco”, comenta Rafael.


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Mombojó: 'Tocamos música brasileira, mas o rótulo MPB está desgastado'

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