Para comemorar os 50 anos da Madonna, completados no dia 16 de agosto, o Vírgula foi atrás das covers brasileiras da musa mais inspiradora da música pop. A maioria delas desapareceu com o fim dos anos 90 e poucas continuam cantando ou dublando sucessos como Like a Virgin.
Verônica Pires, 33 anos, é cover de Madonna desde que tinha 16. A paixão surgiu quando assistiu Na Cama com Madonna, filme-sucesso da diva lançado em 1991. Aprendi com a Madonna a ter atitude e a mostrar que ali no palco quem manda sou eu, diz Verônica. Branquinha, loira e pouco musculosa, ela não se acha parecida fisicamente com Madonna e afirma não ter feito plástica ou algum outro tipo de intervenção física mais drástica para se parecer com ela.
Represento a Madonna apenas no palco. Não sou adepta da Cabala, levo uma vida normal e o que faço é uma homenagem a essa cantora que representa tanto pra mim, conta. Depois de 18 anos copiando as coreografias e decorando as letras da musa, Verônica diz que hoje já consegue viver só de sua atuação como cover.
Seu cachê gira em torno de R$ 1.500, por cinqüenta minutos de apresentação. Em média, faz quatro ou cinco shows por mês, o que lhe rende R$ 7.500 mensais. Nos anos 90 era contratada da Warner Music e tida como cover oficial da Madonna, o que me rendeu fama e muitos shows.
Veja Verônica Pires em ação
Banida do Mapa
Outra cover que fez história no rastro de Madonna foi Madoninha Capixaba. Quem não se lembra de Feriado, Como uma Prece e Como uma Virgin? Em 2002 foram sucessos absolutos na web e nas rádios brasileiras.
O “fenômeno Gizele” tratava-se de uma garota de 19 anos com uma história triste como pano de fundo. Quando criança teve uma artrite reumatóide e por sentir dores não conseguia se movimentar. Ficou sem andar dos quatro até os sete anos e meio e foi nesse período que virou fã da cantora.
Depois de se curar da doença, passou a dublar as músicas e ensaiar as coreografias. Pediu para um amigo traduzir literalmente as letras para o português e se jogou na estrada para fazer shows. Gravou um CD com a grana dos cachês que ganhava se apresentando em Vitória e partir daí foi alavancada para o mundo das celebridades relâmpago.
Há dois anos Madoninha desapareceu do meio artístico e ao ser procurada pelo Vírgula, descobrimos que até seus telefones mudaram. Parece que a moça sumiu do mapa e não está mais afim a ser associada à imagem da cantora pop.
Atualmente, Verônica Pires é a única mulher no Brasil a cantar e não dublar – as músicas da diva. A maioria dos shows covers são estrelados por drag queens que apenas dublam a voz e imitam a coreografia. Uma delas é Lemoine, que se apresentará no Trash 80s neste sábado, em comemoração ao aniversário da cantora. Reproduzo os mesmos movimentos que ela faz no DVD, sem olhar para a televisão. Sou muito sincronizado e quem já me viu nos palcos sabe que tenho talento, disse.
Confira a performance de Madoninha Capixaba