O Brasil é responsável por 5% dos downloads ilegais de música de todo o mundo, marca que faz o nosso país estar na mira global da indústria fonográfica contra a pirataria digital. Por conta disso, 20 brasileiros estão sendo processados por esse crime. “Essas pessoas não são nossos clientes, eles estão roubando música. O que eles fazem não é diferente de entrar numa loja e roubar um CD”, disse em coletiva de imprensa o presidente-executivo da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), John Kennedy, no hotel Copacabana Palace.

A entidade afirma que os brasileiros alvos dos processos são responsáveis, cada um, por disponibilizar na internet entre 3 mil e 5 mil músicas para download sem pagamentos de direitos autorais. O perfil do internauta brasileiro que faz esse tipo de download é de pessoas pertencentes principalmente às classes A e B com idade entre 15 e 24 anos, o que levou os defensores dos direitos autorais a focar em uma campanha de conscientização. “É muito difícil mudar a mentalidade das pessoas que já fazem os downloads ilegais. Onde realmente temos feito progresso é com os novos usuários de música digital”, acrescentou Kennedy.

Em uma pesquisa apresentada pela IFPI, em parceira com o instituto Ipsos, foi mostrado que mais de 1 bilhão de faixas de música foram baixadas ilegalmente no ano passado no Brasil. Enquanto isso, desde 2000, o faturamento das gravadoras vêem caindo quase pela metade.

A aposta da indústria fonográfica é o crescimento dos sites legalizados de vendas de música, que têm contratos com as gravadoras. Esse mercado ainda é bastante pequeno no Brasil, e os próprios empresários vêem dificuldades em conquistar consumidores. Porém não é uma idéia impossível. Aqui existe o iMusica, que tem uma média de 25 mil canções vendidas por mês com custo entre R$ 0,99 e R$ 2,49. “Não sabemos como fazer para essas pessoas simplesmente deixarem de baixar música de graça e pagar por elas. Acho que os artistas poderiam participar disso junto aos jovens, talvez essa seja a única maneira”, finaliza Felippe Llerena, sócio-diretor do iMusica.


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Gravadoras processam 20 brasileiros por pirataria online