A dor faz bem à cantora Alanis Morissette. Pelo menos no que diz respeito à carreira dessa canadense que estourou com Jagged Little Pill, em 1995, e agora volta com o novo disco, Flavors of Entanglement, que chega às lojas nesta semana.

Agora, vamos explicar a primeira frase deste texto. Quando lançou seu primeiro disco, Alanis ganhou todas as atenções com letras sinceras embaladas por melodias que, guiadas pela gaita e pela guitarra, aumentavam o tom do desabafo da cantora com relação aos seus relacionamentos frustrados.

Quem não se lembra dos versos polêmicos de You Oughta Know e das delicadas palavras de Head Over Feet? Pois bem, é essa Alanis ora magoada e ora apaixonada que está de volta, e pode-se dizer que dos quatro discos lançados depois de JLP, este soa mais sincero.

As letras de Flavors of Entanglement foram escritas depois do fim do namoro de Alanis com o ator Ryan Reynolds, que durou 4 anos. Mas, se em Jagged Little Pill Alanis desabafou com uma pegada mais para o rock, agora, aos 34 anos, ela mistura letras fofas a batidas eletrônicas e ao seu mais fiel e velho companheiro: o violão.

“No meio da ruptura do noivado, fui a Londres por 12 dias e escrevi 12 canções. Era tudo muito imediato e visceral. Então voltei a Los Angeles e escrevi mais 12 canções com um cavalheiro chamado Guy Sigsworth, que eu adoro. Então a composição em si foi muito rápida. Olhando em retrospectiva, diferente da maneira como eu compunha no passado. Foi tudo no momento. Funcionou como um pequeno bote salva-vidas para mim. O processo de ter que ir ao estúdio todo dia me ajudou muito”, disse a cantora em entrevista à Associated Press, falando sobre a produção do disco. Sigsworth toca e assina a produção do CD, ao lado de Alanis.

O disco começa com a séria demais Citizen of the Planet, que depois de todas as faixas, parece meio perdida no álbum. Not as We, primeiro single do disco, traz Alanis voz e piano, falando do primeiro dia, do primeiro passo, numa óbvia referência ao fim do noivado com Reynolds (que diga-se de passagem, foi rápido e já está super comprometido com a atriz Scarlett Johansson).

“Um dos temas principais desse disco foi essa recuperação, esse renascer das cinzas, pode-se dizer. Então é como uma resolução da minha própria vida, chegando ao fundo do meu próprio poço e saindo de lá… Eu nem mesmo percebi isso enquanto estava escrevendo as canções, mas o disco definitivamente atravessa todos os estágios do sofrimento”, comentou Alanis na mesma entrevista, sobre o tema do disco.

A seqüência Moratorium, Torch, Giggling Again for no Reason, Tapes e Incomplete, que fecha o disco, traz Alanis em seu melhor estilo: voz e violão, acompanhados de uma bateria suave e de guitarras leves, e claro, de versos que falam de como é difícil superar o fim de um relacionamento. Que atire a primeira pedra quem nunca passou por isso. Ou, se for criativo o suficiente, grave um disco.

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Fora inspirador: Alanis está de volta com o Flavors of Entanglement

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