Em meados da década de 70 o mundo passava por transformações políticas que se refletiram na música com o nascimento do movimento punk na Inglaterra. A idéia era contestar, brigar pela liberdade individual, ser favorável à Anarquia e ser diferente no modo de ser, agir e se vestir.
No Brasil, o punk só ganhou força no início dos anos 80, com bandas como Ratos de Porão, Os Inocentes, Cólera, Olho Seco, AI-5, Lixomania, Lobotomia, Restos do Nada, todas inspiradas nas bandas inglesas The Clash e Sex Pistols.
O primeiro disco punk gravado no Brasil foi Gritos Suburbanos com as bandas Os Inocentes, Cólera e Olho Seco. Depois com o festival O Começo do Fim do Mundo, que acabou em briga com a polícia, o punk firmou seu espaço e seu público.
É uma parte dessa história, de 1982 a 1987, que a exposição Punk Br, do fotógrafo Rui Mendes, pretende contar.
Nas fotos, grupos como Ratos de Porão e Inocentes no início de suas carreiras aparecem fotografados em becos e no meio de multidões.
Mas não é só a música que ganha destaque na exposição, já que o punk não é um estilo musical, mas também um modo de vida. O look dos jovens punks também é retratado, como o corte moicano, a maquiagem extravagante e as roupas (jaquetas de couro, calças rasgadas, etc) sempre contra a estética vigente.
Através das fotos se tem uma boa idéia do que foi o punk no Brasil, seus personagens e características (repare bem no segundo rapaz da direita para a esquerda da foto e você verá um João Gordo no auge de sua juventude).
A exposição com curadoria do diretor de arte Richard Kovacs pode ser vista no Berliner, na rua Augusta, 2845, sobreloja. Mais informações pelo telefone (11) 3085-0906.