Supla está respirando novidades. Nova gravadora (a Arsenal Music), novo produtor (Rick Bonadio) e é claro, um novo disco, o 10º da carreira.

Vicious é, nas palavras do próprio Supla, “um disco simples, feito com guitarra, baixo e bateria, bem punk rock”. Em entrevista ao Virgula, Supla disse que não se preocupou com o fato de Vicious ser seu 10º disco. E avisa que é um trabalho “sem baladas, pois não havia espaço para isso”.

O novo disco pode então ser considerado um retorno às origens, se levarmos em conta que o último trabalho de Supla, Menina Mulher (em 2004), só com versões, não trazia a idéia do puro e simples punk rock.

As letras falam desde problemas sociais, manipulação da imprensa, da noite paulistana, internet e é claro, diversão.

Internet

“O nome do disco é uma homenagem a Lou Reed, Sid Vicious, mas também fala da internet, que pode ser bem malvada”, diz Supla. “A internet é legal, divulga bandas. Mas também é legal tocar um piano”, completa.

Nas músicas Chat-o-log e Museu de Pobre, o cantor faz críticas aos perigos da internet e ao consumismo da classe média que aumenta o abismo da desigualdade social. “O Ipod é legal, mas ainda não é para a classe C e D. Vou na periferia com meu pai e as pessoas nem sabem o que é isso. A música é uma crítica ao consumismo também, porque todo mundo compra, sai um novo modelo todo mundo compra”, comenta.

Críticas e homenagens

Em Opinião, a crítica dirige-se à imprensa e, na letra, Supla argumenta que a mídia convence qualquer um porque as pessoas não se informam da maneira correta. “Nos shows eu toco fogo em jornais e revistas porque eles tendem a ser tendenciosos. E hoje já se sabe que a esquerda também não é santa. As pessoas tem que ler e se informar. Quer ler a Veja? Mas também vá ler Caros Amigos“, diz Supla.

Vicious traz apenas uma música em inglês, Brick on the Wall, composta originalmente com uma levada bossa-nova. É a composição mais antiga do disco, que fala de um amigo morto pela polícia em Nova York.

Mas as músicas não falam apenas de coisas sérias. A prova é o single Porque eu só quero comer você, que foi lançado primeiro por uma empresa de dowloads para celulares para depois chegar às rádios.

Traz também uma homenagem de Supla ao pessoal da noite paulistana em Arrasa Bi, uma música meio clubber segundo ele, onde ele cita das travestis à turma da moda.

Sobre o primeiro trabalho com o produtor Rick Bonadio, Supla só tem elogios. “A gente estava querendo trabalhar junto a algum tempo e surgiu a oportunidade. Mostrei o material para o Rick e ele topou. Em uma semana gravamos tudo, pois eu já tocava o repertório nos shows em SP. Ele achou que era um trabalho honesto”, comenta.

As críticas até agora tem sido boas, uma certa surpresa para Supla. Não que ele não acredite em seu trabalho, mas, como ele mesmo diz, “nunca espero nada”.


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Exclusivo: Supla aposta no puro e simples 'punk rock' no CD Vicious