Lançando mais um album do Capital Inicial, Eu Nunca Disse Adeus, Dinho Ouro Preto continua com o mesmo gás de 20 anos, ou até mais. Um cara que conheci em Brasilia quando ele ainda fazia bicos de modelo. As adolescentes corriam para os desfiles só pra ver o Dinho desfilando…..Calro que eu tambem!

Tina – Você não curtia muito aquele trabalho, né?
Dinho – Eu fiz bicos de modelo. Foi uma carreira muito modesta, mas nunca foi minha opção. Era mais pela dureza, pra levantar uma grana.

Tina – Então, se você não fosse musico, certamente nao seria modelo. E aí, seria o que?
Dinho – Quando entrei no Capital eu era vestibulando. Curiosamente, o primeiro show da banda foi no primeiro dia do meu vestibular pra Sociologia. Era a primeira vez que eu subia num palco e eu tava muito nervoso. O show foi ótimo, mas claro que eu não passei nas provas. Mas, se a história tivesse sido inversa, talvez eu tivesse feito algo ligado á política. Meu pai é formado em Ciências Políticas e esse é um assunto que eu gosto muito. Talvez tivesse seguido o caminho do meu pai.

Tina – Já que você falou em pai. Que nota você se dá pelo seu desempenho paterno?
Dinho – Eu toco muito, faço 120 shows por ano e fico fora de casa quase quatro meses. Mas, quando eu tô em casa, sou um pai presente: busco na escola, brinco o tempo inteiro. Pelo fato de estar ausente, eu me daria nota 7.

Tina – Você é vaidoso?
Dinho – Eu não fico me admirando no espelho. Mas eu gosto de estar saudável. Parei de fumar (há 5 meses), faço ginástica para estar inteiro. Meu filho caçula tem 4 anos e eu quero poder jogar bola com ele. Outro dia fui correr 100 metros e quase tive um troço. Agora tô começando a me cuidar. Mas, metrossexual não sou.

Tina – Tem mania de que?
Dinho – De controle. De querer saber o que todo mundo ao meu redor está fazendo. Isso enche o saco dessas pessoas.

Tina – Você se vê aos 60 anos tocando com o Capital?
Dinho – Eu nunca pensei que pudesse ter tanto tempo de carreira. Sempre achei que teria um ou dois álbuns. Quando eu entrei para o Capital, nem imaginava sequer que gravaríamos um disco. A minha vida não pára de me surpreender. E agora eu penso: Caetano, Gil, esse pessoal da Tropicália, todos estão aí com 65 anos, Mick Jagger… Eu tenho a mesma idade do Anthony Kiedes (RHCP) e do Eddie Vedder (Pearl Jam) e, conhecendo a obra desses caras, sei que eles não vão parar. Sabe, o mais dificil é descer do palco. Uma vez que você tá lá em cima, você só sai se for obrigado.

Tina – Mas o Capital ja teve seus altos e baixos. O que voce fez pra não surtar?
Dinho – Passar por altos e baixos te faz um músico melhor. O maior vício que os músicos têm é a auto-confiança, achar que tudo o que se faz é genial. Como eu passei por uma fase muito ruim por 4 ou 5 anos, isso me colocou no meu devido lugar. Depois disso, você passa a ser mais cuidadoso, aprende que altos e baixos são inerentes à sua carreira e que você nunca pode se deixar levar pelo entusiasmo.

Tina – Qual foi o show do Capital mais marcante pra você?
Dinho – O do Rock in Rio. Eu estava assustado porque a gente ia tocar numa noite pesada, com Deftones e Chili Peppers, pra 250 mil pessoas. Deu medo da gente tocar de banquinho e violão, então, tocamos de pé. Era o primeiro show do acústico de pé e a reação das pessoas foi surpreendente. Uma multidão cantando Tudo que vai, Natasha. Ali eu me dei conta do sucesso da banda.

Tina – Que música você cantou no seu teste do Capital?
DinhoPsicopata… Só apareceram duas pessoas no teste. Eu e uma menina. Ela era super desafinada. Eu também. Mas como eu desafinei menos, acabei pegando o negócio (risos).

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Exclusivo: Dinho fala de família, carreira e diz que se acha controlador

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