Duas das maiores bandas brasileiras lançam, neste mês de julho, um CD e DVD com uma apresentação antológica. Os Paralamas do Sucesso e os Titãs se juntaram para percorrer algumas cidades brasileiras e, pela primeira vez, as duas bandas sobem ao palco juntas. Bi Ribeiro, João Barone e Herbert Vianna somam forças com Sérgio Britto, Paulo Miklos, Branco Mello, Charles Gavin e Tony Belloto.
Porém, essa experiência não é completamente inédita: alguns shows em conjunto já haviam acontecido em 1999, mas com menos apresentações e apenas 8 músicas em que as duas bandas dividiam o palco.
Os CD e DVD que são lançados agora mostram o show dos Paralamas e Titãs na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, em uma noite chuvosa. Nesta apresentação, as duas bandas contaram com a participação especial de Arnaldo Antunes, Samuel Rosa e Andreas Kisser.
Para falar sobre o lançamento desse novo trabalho, o Virgula Música foi atrás do baixista dos Paralamas, Bi Ribeiro, que, ao lado dos guitarristas Herbert Vianna e Tony Belloto e dos bateristas João Barone e Charles Gavin, é o único responsável pelos graves da superbanda.
Além de analisar as diferenças entre esta turnê e a de 1999, Bi Ribeiro falou sobre os ensaios, as (poucas) semelhanças entre os grupos e adiantou, de forma exclusiva, algumas novidades sobre o novo trabalho dos Paralamas do Sucesso.
Gravação do DVD e a turnê com os Titãs
“O gravação do disco ficou praticamente restrita ao último show, na Marina da Glória, no Rio. E temos apenas mais um show em Brasília, agora em julho. Fizemos alguns shows juntos no ano passado e como foi legal, o repertório ficou grande, a gente resolveu gravar mesmo. No começo, ia sair só o DVD, mas depois a gente resolveu que seria legal ter o CD também.
Na Marina da Glória, foi um dia chuvoso, mas foi muita gente, foi muito legal. A diferença em relação à turnê de 1999 foi a quantidade de músicas juntas, superior à da outra apresentação. Aquela vez a gente fazia oito músicas juntos, e depois as duas bandas tocavam em sets separados.
E, agora, a gente teve mais interferências nas músicas dos outros. No Sempre Livre Mix, a gente ensaiou muito rápido, era “faz assim” e pronto. Dessa vez, não, a gente teve tempo pra interferir mais. Foi mais legal de fazer e rendeu mais.”
As diferenças entre Paralamas e Titãs
“Somos bem diferentes. Mas acaba que as bandas tenham algumas semelhanças, talvez porque tenhamos bebido nas mesmas fontes.
Quando nos juntamos, rola uma integração muito boa. Selvagem com Polícia ficou muito bom, eu gosto muito de Calibre, com o Paulo Miklos cantando, ele faz até um lance com a gaita.
Lourinha também, sem os metais. Acho que desta vez, neste projeto, a gente acabou cedendo mais, abriu mais espaço. Eles (Titãs) são mais fechados, presos ao arranjo original deles.”
Brasília, último show?
“A gente toca agora em Brasília, mas depois não tem mais nada marcado. A gente queria fazer o lançamento do DVD pelo menos no Rio ou em São Paulo, mas cada banda está produzindo disco, né? Vai ser difícil achar data agora.”
O novo disco dos Paralamas
“Está o maior barato. Fizemos o que nos tínhamos proposto, de gravar as bases, só os três. A gente gravou 20 músicas, mas eu acho que a gente deveria colocar 10. Porque ninguém ouve um disco com mais de 10 musicas, né? Aí acaba desperdiçando material.
Mas acabou que a gente gravou 12.
As musicas são muito boas, são duas parcerias com o Carlinhos Brown e tem uma do Liminha com Arnaldo Antunes. Ele apresentou e a gente fez um arranjo. Começamos tudo no início do ano passado. Era para sair no final do ano passado, mas a turnê com os Titãs atrapalhou os planos e tal.
Estamos compondo juntos, assim como no Hoje, e vínhamos nos reunindo pelo menos três vezes por semana na casa do João,. Ele tem um estúdio lá, pequeninho, mas muito bom. E agora a gente vai decidir as datas de gravação, para lançar até outubro.”