Um estudo da contribuição do trabalho de Benito Di Paula para a música brasileira em formato de EP. Essa é a proposta do novo projeto de Benito ao lado do seu filho, Rodrigo Vellozo. Intitulado Do Jeito Que a Vida Quer, o trabalho chega nas plataformas de streaming de áudio no dia 21 de setembro e lista seis canções que são fruto da reflexão sobre o legado do artista no samba e no pagode a partir da década de 1970 (ouça aqui).
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“Este EP é um entendimento no qual chegamos a considerar a obra do meu pai, Benito Di Paula, como um dos fundamentos da construção estética do samba a partir da década de 1970. Partimos também da compreensão da grandiosidade da importância do samba, do pagode e de seus expoentes dentro da cultura popular brasileira”, afirma Rodrigo.
Do Jeito Que a Vida Quer é iniciado com a faixa-título, que se tornou um clássico em rodas de samba por todo país. A única música inédita, “Só eu só”, é uma composição de Benito. “É uma música feita a partir de uma obra do compositor Francisco Tárrega. Gosto de trazer o erudito pro samba, pra festa”, afirma o artista. “Não precisa de muita coisa” dá sequência ao EP, escrita por Benito e Adoniran Barbosa, uma maneira de homenagear outro grande nome da música brasileira. Retratando um romance em meio à uma roda de samba, a faixa seguinte, “Ela veio do lado de lá”, foi lançada em 1973.
Para finalizar este passeio pela trajetória de Benito, “Amigo do Sol, Amigo da Lua” – composta em comemoração ao nascimento de Rodrigo – e a música “Parabéns pra Você” – uma regravação do Fundo de Quintal –, onde as vozes da dupla se misturam ao piano de cauda neste clássico do pagode dos anos 80. Ambas foram lançadas como singles no processo de preparação do público para o trabalho completo.
“Recentemente, ando refletindo sobre como determinadas manifestações artísticas são postas de lado nos processos de mediação cultural que tentam compreender a cultura popular brasileira. Os próprios termos samba e pagode (e os artistas relacionados a eles), muitas vezes, são vistos e compreendidos como de menor relevância dentro do que seria a música popular brasileira. Por isso, é importante escrever nossa própria história”, finaliza Rodrigo.