Quem ainda acha que a surf music se resume em ‘músicas bonitinhas tocadas ao violão’ deveria ter visto o show de Donavon Frankenreiter na noite desta segunda-feira em São Paulo.
As “baladas embaladas” pelo violão têm vez, mas Donavon dá show na guitarra, mostrando que tem intimidade com o instrumento. Ele toca no estilo Mark Knoplfer, sem palhetas, e ao vivo, soa mais pesado do que nos discos.
Muitos perderam o início do show de Donavon, que começou cedo, na fila do lado de fora. Quem não estava na fila de entrada estava comprando ingressos de última hora. Mas, na metade do show, mais da metade da pista do Via Funchal já estava tomada.
Flertando entre o folk e o soft rock dos anos 70, Donavon fez um show de uma hora, boa parte sendo acompanhado pelo público como nas músicas Free, Move By Yourself, On My Mind e It Don’t Matter, cantanda no último volume, o que animou o cantor a chegar mais perto da platéia.
O californiano falou pouco durante o show. Apenas o famoso ‘obrigado’, enrolando a primeira sílaba, e um ‘boa noite’ no final da apresentação. Mas antes, agradeceu, em inglês, ao convite de Ben Harper e aos paulistanos pela ótima noite.
No palco, os tapetes, a baixa luz, a proximidade da banda – sem contar a bebida misteriosa para animar – ajudaram a criar um clima de luau em plena segunda-feira, em São Paulo.