No próximo dia 17 o país vai estar vivendo o clima do Carnaval. Mas, na TV, um documentário vai mostrar os diversos lados de outra folia que o Brasil viu crescer: o baile funk.

Feito há 13 anos, o filme mergulha no universo do funk carioca, suas ligações com a marginalidade, a música e a dança de uma tribo que criou no isolamento um código estético e cultural.

Para quem não sabe muito da história do funk e apenas entrou no modismo que chegou às novelas, o documentário é uma boa forma de conhecer mais o estilo.

O funk chegou ao Brasil nos anos 1970 e, com o rap, o break e todas as derivações do hip-hop norte-americano, foi incorporado pela população das favelas e dos bairros pobres do Rio. E hoje, como diz um dos refrões mais conhecidos do público, “tá tudo dominado”.

O diretor Sérgio Goldenberg usa três jovens para contar a influência do funk na vida dos jovens das comunidades carentes. Além dos aspectos músicais, o filme mostra até onde vai a violência nos bailes. Ao mesmo tempo em que dançam, as galeras rivais soltam tapas, socos e pontapés gratuitamente.

Na quadra da Imperatriz Leopoldinense, no subúrbio do Rio, uma desavença entre galeras rivais do Morro do Alemão e da favela Nova Holanda acaba em pancadaria e troca de tiros. Já na saída do Clube Carioca, na Zona Sul, um ônibus foi metralhado, sete adolescentes ficaram feridos e um menino de 14 anos morreu na hora.

Situações como essas fizeram dos funkeiros vítimas do preconceito. Eles querem mesmo é se desligar do universo da bandidagem e vêem no futuro do movimento o mesmo caminho percorrido pelo samba: da discriminação ao status de representante máximo da cultura nacional.

Prepare-se para o pancadão. O doc Funk Rio estréia no próximo sábado, dia 17, às 18h no Canal Brasil.


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Documentário na TV paga expõe as faces do funk carioca