Foram as rodas de samba que acontecem desde os anos 50 no bairro da Lapa, tradicional pólo cultural do Rio de Janeiro, que inspiraram Emanuelle Araújo (voz, ex-Banda Eva e intérprete da personagem Manu na novela A Favorita), Lan Lan (percussão e voz, ex-integrante da banda de Cássia Eller) e Toni Costa (guitarras) na formação da banda Moinho, antigo Moinho da Bahia.

Tais encontros renderam o desejo de realizar apresentações regadas a grandes clássicos, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Nelson Rufino. Com essas influências, o Moinho tem deixado uma marca autoral e consistente em seus shows. Você poderá conhecer um pouco mais sobre eles nesta entrevista exclusiva de Lan Lan e Emanuelle ao Virgula. Não perca!

Como nasceu a Moinho?
Emanuelle: Nasceu quando me mudei para o Rio e cai naquele cenário de cultura efervescente da Lapa carioca. Aprendi a cantar com os sambas baianos e quando vi tantos grupos mergulhados no samba, cantando com paixão e despretensão, me deu vontade de fazer algo parecido e convidei a Lan Lan. No nosso primeiro papo ela abriu o Cancioneiro da Bahia, livro das canções de Caymmi e estava lá o nome do grupo, “Moinho da Bahia”. Depois da vivência de toda esta nossa química de ritmos diversos achamos que apenas “Moinho” estaria mais fiel a este momento.

Vocês estão com este projeto há 3 anos, certo? Por que tanto tempo até a gravação do primeiro disco? Como se prepararam para produzi-lo?
Emanuelle: Não começamos pensando em gravar disco. Queríamos tocar e nos divertir. O grupo foi amadurecendo, ganhando o grande público e a EMI nos contratou. Daí, junto aos nossos produtores, Bernna e Kassin, fomos tentando reproduzir o som e o astral do show no estúdio.

Existem participações neste álbum?
Emanuelle: Ganhamos vários presentes: do Nando, “Hoje de noite”, que deu nome ao disco; do Moraes Moreira, “O vento e o moinho”, poesia linda que conta nossa história, cada um participando em sua música. Ana Carolina também nos presenteou com o belo samba que virou afoxé, “Doida de varrer”, e ainda tivemos as participações dos amigos, Davi Moraes e Jussara Silveira.

Por que o título “Hoje de Noite”?
Emanuelle Nos criamos na noite. A música do Nando tinha tudo a ver com o primeiro registro da nossa história.

Como o público tem recebido vocês nos shows? Vocês já sabem identificar quem é essa galera?
Emanuelle: Desde o princípio o público nos recebeu muito bem. Começamos na Lapa, onde existe um público bem diverso. Todas as classes, todas as idades. Agora com a música na novela e nas rádios. Isto tem ampliado mais ainda e estamos bem felizes.

Além das canções autorais, os shows são regados a Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Carlinhos Brown e Nelson Rufino. Quais outras influências do grupo?
Emanuelle: Os anos de música dos três somam diversas influências… isso vai de Hendrix a Riachão, Nando Reis…

Vocês viajaram há algumas semanas para Portugal, certo? Por quais outros países pretendem passar?
Emanuelle: Todos que der pra tocar, já pensamos em fazer uma temporada longa, no próximo verão, na Europa, e este Festival Sudoeste, em Portugal, sem dúvida vai ser nossa maior divulgação fora do Brasil!

Lan Lan, e quanto ao projeto Lan Lan e os Elaines, o que aconteceu? Pretende retomá-lo?
Lan Lan:: No momento não, justamente por causa do Moinho, que começou foi bem na época que estava começando a compor musicas novas, para uma continuação dos ”elaines”. Mas, com o lançamento do CD e turnê do ”hoje de noite ”, deixei para depois. Mas continuo trabalhando paralelamente, e quando tiver outra história para contar, aí sim virá o “Lan Lan e os Elaines vol. 2” .

Você traz algo do tempo em que tocava com Cássia Eller para o Moinho?
Lan Lan:: Com certeza, a experiência de ter convivido ao lado de uma grande artista sensacional.

Musicalmente, qual a herança que ela deixou pra você?
Lan Lan:: A sua voz, que ainda podemos escutar, é um prazer ouvir alguém cantando com tanta emoção.

Emanuelle, como foi o tempo em que passou no comando da Banda Eva? Você virou a página no axé?
Emanuelle: O Axé foi uma ótima experiência, mas artisticamente não me completava. Ganhei muita experiência cantando na Banda Eva, mas sentia muita falta de atuar e percorrer a MPB, que é a minha grande base e minha real paixão.

Como é dividir o tempo entre a música e a atuação?
Emanuelle: Está sendo uma delícia. Sempre foi minha meta conciliar as duas carreiras. Claro que o tempo está curto, mas está sendo uma boa vivência apostar na minha disciplina e concentração. Apesar de que só com leveza consigo realizar tudo. Tenho que estar atenta, mas me divertindo.

Há algum ponto em que você se identifica com a personagem Manu, de A Favorita? Ela ouviria a banda Moinho?
A “Manu” gosta de se divertir e com certeza se ligaria no Moinho. Ia cair na balada ao nosso som. Não temos muito em comum, mas acho que a personalidade forte é o que mais temos de parecido.


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Conheça o Moinho, banda de Lan Lan e Emanuelle Araújo

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