Uma irreverente DJ que tem se apresentado em várias festas das casas noturnas paulistanas está dando o que falar no meio da música eletrônica. Leiloca Pantoja, a diva purpurinada, que evoca em seu visual algumas musas dos anos 70, na verdade é o jornalista Edwin Paladino.

Quem já dançou ao som do set da DJ garante que é impossível não “ferver” com os clássicos da disco music de 70 e 80 tocados por ela. Dona de residência mensal em São Paulo no clube A Loca, na festa Tapa na Pantera, que rola às terças, Leiloca ganha vida própria atrás das cabines de som, arrancando sorrisos de todos na pista.

Confira logo abaixo uma entrevista exclusiva que a musa das pick-ups deu ao Virgula Musica:

Você é DJ há quanto tempo? Sei que você é jornalista também, onde trabalha?

Sou DJ desde o final de 2002, e comecei a tocar como DJ Paladino, que é meu sobrenome. Nesta época, mistura clássicos da Disco e da House com músicas do anos 80 em festas fechadas e clubes. A mistura era bem animada e as pessoas super se divertiam! E como DJ percebi que gosto muito de divertir as pessoas! Como jornalista, sou editor do site www.taste.com.br e escrevo sobre moda, gastronomia, turismo e produtos de luxo.

Quando está tocando, como a galera mais nova reage ao som da disco music?

Ah, a molecada se diverte muito, dança, rebola, ferve!! Uma vez um amigo meu, o DJ Pejota, disse que quando toco as pessoas sorriem na pista. Achei ótimo! E acho que a imagem da montada faz as pessoas prestarem atenção na música, nos arranjos, melodias… A volta da Disco e suas influências em produções atuais está sendo muito boa também para os mais jovens conheceram mais o estilo, a história da música eletrônica e das produções feitas para as pistas. Disco é o começo de tudo e é muito rica, sofisticada! E tem uma vibração de festa muito forte!!

Jornalista e DJ, Edwin Paladino e Leiloca Pantoja, qual a diferença entre os dois, ou o que um agrega ao outro?

Penso em muita coisa pra Leiloca quando recebo releases, catálogos e imagens das coleções femininas que chegam às lojas! Mas o que o jornalista mais se aproxima do DJ, no meu caso, é a pesquisa musical, a busca pela informação. Além dos sebos, fuço muito na Internet, blogs e sites de selos de músicas, e troco informações com amigos DJs!!

Em uma entrevista, você conta que um vinil da Jovem Pan inspirou sua carreira, o que mais faz parte do repertório que construiu a Leiloca?

É um vinil prateado, de 1979, que meu pai comprou na época e eu tenho até hoje! As duas primeiras faixas, mixadas, são Come To Me, da France Joli, e Never Gonna Say Goodbye, do Poussez! E eu me divertia muito com as músicas quando moleque, prestava atenção nos vocais, batidas! E tem mais: eu AMO a Rita Lee! E em 1980 minha mãe comprou o disco que tem Lança Perfume e eu dançava muito com a música! Depois vieram produções do Cerrone, Salsoul Orchestra, mixes do Larry Levan (DJ e produtor de Nova York, responsável pelo lendário clube Paradise Garage), Donna Summer, Diana Ross, Disco underground, e sets de Disco e Disco-House do DJ e produtor Dimitri From Paris!

Quanto a personagem, ela recebe influências da Disco e mais de alguma coisa fora a música?

Ih, meu amigo, a lista é grande e a mulherada reina. Além da Rita Lee, gosto muito da Gal Costa, Deborah Harry, vocalista do Blondie, divas do cinema como Elizabeth Taylor, Bette Davis e a espanhola Carmen Maura. Gosto muito da atriz Cate Blanchett também! Na moda, Diane Von Furstenberg, além de todas as mulheres do seriado de televisão Dallas e Dinastia, dos anos 1970 e 1980! E, claro, sempre Carmen Miranda e Frenéticas!

Como surgiu a idéia de tocar montada? Isso ajuda a criar uma identidade para o DJ?

Já havia me vestido de mulher algumas vezes e curti, as pessoas também gostaram. E uma vez me montei para ir à festa do estilista Walério Araújo, no clube Glória, em São Paulo, e passei na Lôca, outro clube da cidade, depois da festa. E aí o Nenê Krawitz, promoter da noite Tapa na Pantera do clube, me convidou pra tocar montada na sua festa de aniversário! Foi uma delícia!!! E quanto a personagem, sempre procuro unir a imagem da DJ montada – roupas que visto e danças – ao estilo de música que toco!

Poderíamos nos referir a você como um DJ Drag Queen?

Pensando aqui com meus discos e minhas jóias, sou um DJ Transformista que tenta passar para as pessoas a alegria de uma Drag Queen!

Conhece outros DJs que tocam vestidos de mulher?

Conheço – e toco junto – com o DJ Edu Corelli, que nos anos 90 se montava de Selma Self Service e era bem divertido!

Conta aí pra galera, onde a Leiloca Pantoja toca?

Toco todo mês na festa Tapa na Pantera, às terças, no clube A Lôca. Me apresento também no projeto Discoteca Talismã, junto com o DJ Pejota, como festa convidada do Vegas, e na Luxo Pop Show!, no Glória, com os DJs Johnny Luxo e Dragão de Komodo, personagem de Edu Corelli (a próxima é dia 2 de agosto!). Toco como DJ convidada em festas como Strip Poker e Discology, no Vegas, Alelux!, no Glória, Bar 8 e Freak-Chic, no clube D-Edge, em São Paulo (dia 25 de julho a partir da meia-noite toco lá!). Ah, e dia 12 de agosto rola a primeira festa da Universo em DJs, coletivo de artistas da qual faço parte, também no D-Edge!

Ouça o repertório de Leiloca Pantoja!


int(1)

Confira a entrevista com o primeiro DJ transformista do Brasil