2006 tem sido um ano de comemorações, lançaments de CDs e DVDs especiais de muitas bandas que completam seus 10, 15, 20 anos de estrada. Com o Blues Etílicos não é diferente. E para Flávio Guimarães (gaita/voz), não existe segredo para a bem sucedida carreira de duas décadas da banda. “Basicamente gostar do que a gente faz. Quando começamos ninguém pensava em estrelato, sucesso, fama. Isso vem quando se trabalha com prazer. E hoje, musicalmente, a banda amadureceu muito”, comenta ele.

Ao contrário de muitos grupos nacionais de blues, que cantam exclusivamente em inglês, o Blues Etílicos optou por fazer também a ‘versão brasileira’ deste que é um dos gêneros mais populares da música norte-americana. Mas tocar blues nem sempre foi tão fácil quanto parece.

“Quando a gente começou em 86, o blues era novidade aqui. Ouvimos muitas vezes as pessoas dizerem ‘por que vocês não tocam rock?’, sendo que não existiria rock sem o blues”, diz Flávio. Basta lembrar de nomes como BB King, Buddy Guy, Charley Patton, John Lee Hooker, Muddy Waters, entre outros.

E por falar em Muddy, o atual repertório dos shows da banda traz uma homenagem a este ícone do blues. “Fazemos uma síntese da nossa discografia e tocamos algumas músicas de Muddy, uma de nossas grandes influências, com arranjos novos”, diz Flávio.

Sem gravar desde 2003, Flávio adianta que o novo trabalho do Blues Etílicos deve sair no ano que vem, provavelmente, tendo como tema os 20 anos da banda. “O último disco foi totalmente diferente, mais experimental, mostrando um outro lado de composição da banda. Uma parte do público gostou e outra não, por ser um trabalho mais longe do blues”, comenta Flávio referindo-se ao disco A Cor do Universo.

Para ele, o público se identifica com o grupo pelo som mais tradicional, fiel ao blues, o que será feito no próximo disco, o décimo do Blues Etílicos.


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Blues Etílicos completa 20 anos e prepara disco 'tradicional' para 2007