A assessoria de imprensa da produtora Stage Urbano, que sofreu graves prejuízos com o sumiço da cantora Kelis, manifestou-se para esclarecer as dúvidas que restavam sobre todos os problemas acontecidos e a não-realização dos shows.
Segundo a assessoria, toda a dificuldade começou no dia 18 depois que o empresário da cantora informou que o visto de trabalho de Kelis só seria liberado às 8h do dia seguinte.
“Estávamos tranqüilos pois os shows dela seria a 00:00 no Club Royal e as 2:30 no espaço das Américas, e havíamos conseguido remarcar seu vôo com chegada em São Paulo as 22:00”, explica Vanessa Haddad, assessora de imprensa.
Kelis então se recusou a viajar para o Brasil pela TAM, o que atrasou ainda mais o cronograma da produção que teve de remarcar as duas apresentações em São Paulo para o dia 20.
Acontece que no próprio dia 19 houve um problema com o avião da companhia aérea United Airlines que trazia a cantora e a aeronave foi forçada a fazer um pouso de emergência.
Mais uma vez a produção teve de cancelar as apresentações de Kelis, sem data definida para retorno.
“Nesses dois dias, 19 e 20, fizemos as trocas dos ingressos. Cerca de 4938 convites foram entregues na própria portaria do show para quem havia comprado”, continua a assessora.
Em solo brasileiro
Depois da odisséia aérea, a cantora chegou ao Rio de Janeiro no dia 21 (dia marcado para sua apresentação) e se hospedou na na suíte presidencial do Hotel Windsor, junto com seu marido, o rapper Nas.
Os organizadores do show então foram ao seu encontro apenas para acertar detalhes como o horário de seu show durante o evento.
Acontece que por volta das 2h da manhã, Kelis disse que não subiria no palco após a meia-noite porque deveria zelar por sua segurança, empurrando o evento para as 17h do dia seguinte (22/11).
O que a organização dos eventos não sabia é que a cantora havia assinado um seguro de vida para se apresentar no Brasil e nesse contrato havia uma cláusula que dizia que Kelis não poderia apresentar-se depois da meia-noite.
“Esse detalhe não foi informado para ninguém da organização, nem de SP nem do RJ. Até então poderíamos ter colocado a apresentação dela para mais cedo, uma vez que em São Paulo o show seria na quarta, véspera de feriado da Consciência Negra (motivo o qual a contratamos), e no Rio de Janeiro seria no sábado” comenta inconformada a assessora.
No meio de toda essa confusão, a organização paulista tentava negociar a devolução do dinheiro das apresentações não realizadas em São Paulo. No total seriam US$ 40 mil pelos dois shows.
Só que o empresário da cantora ainda apresentou mais uma cobrança no valor de US$ 11 mil referentes às passagens dela e de sua comitiva, já que ela não viajou de TAM como a organização planejava.
Até então nenhuma palavra sobre a devolução do dinheiro do cachê tinha sido acertada com a Stage Urbano. Mas o pior ainda estava por vir.
“No domingo, dia 23, uma pessoa do Hotel avisou que ela estava indo embora com suas malas e toda sua equipe para o aeroporto sem dar satisfação. A organização do RJ acionou as emissoras de televisão para cobrir o fato e se dividiram em equipes para encontrá-la em um dos aeroportos do RJ. Quando a encontraram, ela já havia feito o check in e estava de partida para os Estados Unidos. Os organizadores acionaram a Policia Federal mas mais nada podia ser feito, uma vez que não tinham ordem judicial para proibir o embarque dela”, continua Haddad.
A cantora deixou o país sem dar nenhuma explicação, deixando a produção maluca e sem devolver nenhum dos US$ 60 mil pagos adiantados de seu cachê.
Enquanto Kelis embarcava de volta para os EUA, os portões do Viaduto Madureira já haviam sido abertos para o público e a cantora Rah Digga já havia se apresentado, o que impossibilitou a devolução do dinheiro investido.
“Já em São Paulo não houve muita conversa. Os organizadores já haviam pagado a locação do espaço das Américas (R$22 mil reais), tiveram que pagar o custo das bebidas, a brigada (Segurança, bar, caixa, chapelaria, ambulância, limpeza) e a devolução dos ingressos R$38 mil reais, resumindo perderam muito”, comunica a assessoria.
As medidas legais
“Nossos advogados já estão cuidando desse caso, só estamos juntando mais provas e comprovantes para acioná-la nos Estados Unidos. Felizmente as leis de lá são mais rigorosas que aqui, então tenho certeza que ela vai pagar pela falta de respeito com o povo brasileiro”, diz Haddad.
Com o auxílio das imagens produzidas pelas emissoras Globo e Record no aeroporto do Galeão, e os policiais federais presentes durante o incidente, a produção do show espera diminuir o prejuízo sofrido e fazer com que a cantora, pelo menos, pague o que deve aos fãs do Brasil.
“Nomes como DJ Puff, DJ Silvinho, Marcos Buais e o advogado Thiago Sayeg foram envolvidos nesse caso que, com certeza, não vai passar em branco”, finalizou a assessora.