O auge dos grupos pré-fabricados pode estar chegando ao fim, acredita um alto executivo da MTV.

“Acho que as pessoas vão enjoar de grupos pré-fabricados”, disse Brent Hansen, presidente da MTV Networks Europe, ao dar os toques finais na cerimônia de premiação de videoclipes da emissora na Europa, que se aconteceu na semana passada.

Para ele, a onda atual de bandas pré-fabricadas não deve durar. “A dificuldade é quando começamos a ficar muito cínicos com a formação de grupos caricatos feitos sob medida”, disse ele à Reuters, em menção aos programas como “Pop Idol”.

O comentário é doce música para os ouvidos de superastros como Elton John, George Michael e Bono, que criticaram a enxurrada de grupos e artistas de sucesso instantâneo.

Bono, líder e vocalista do U2, disse: “As pessoas estão até aqui com as bandas pop processadas e badaladas. É tudo lixo.”

O fenômeno não é novo. Dos Monkees às Spice Girls, os grupos pré-fabricados fizeram sucesso durante muito tempo nas caixas registradoras da indústria fonográfica. As duas atrações foram construídas por gravadoras.

O estrelato instantâneo, no entanto, não significa longevidade.

“Nos velhos tempos, dava-se ao artista de três a quatro anos para que ele se construísse sozinho. Encorajávamos as pessoas a terem uma visão de longo prazo no desenvolvimento dos artistas.”

“Essa é a única forma de criar a próxima onda de superastros, que darão solidez a uma gravadora”, disse Hansen.

A indústria fonográfica enfrenta uma crise e precisa dessa solidez. As vendas do setor caíram 5 por cento no ano passado em todo o mundo e quase 40 por cento dos CDs e cassetes vendidos no ano passado eram piratas.

“É um momento difícil e há uma falta de confiança na indústria. Mas acredito muito na existência do mérito artístico”, concluiu.


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Bandas pré-fabricadas podem estar no fim

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