Trabalho, diversão, trabalho e diversão. Essas duas palavras, em repetidas vezez, podem traduzir bem o que foi o ano de 2006 para os paulistanos do Cansei de Ser Sexy, ou melhor, a banda brasileira mais gringa do momento.

Foram cerca de 130 shows em cidades dos EUA e da Europa. Bastou a performance exagerada de Lovefoxx nos palcos, a pegada dançante e a postura da banda, de quem está mais a fim de se divertir do que qualquer outra coisa, para que o CSS caísse no gosto da imprensa internacional.

Certamente as boas críticas e matérias sobre a banda em jornais como o New York Times, NME e o The Guardian colaboraram para que a banda aparecesse nas tais listas dos melhores, publicadas em todo o final de ano.

Em uma rápida passagem pelo Brasil antes do Natal, a guitarrista Ana Rezende, que também tem um projeto paralelo de DJ, falou por telefone ao Virgula-Música sobre a turnê no exterior, os imprevistos – com direito a uma história bizarra da turma de Pete Doherty – e sobre o já aguardadíssimo segundo disco da banda.

A ficha de vocês já caiu? Deu pra processar tudo o que aconteceu este ano com o Cansei de Ser Sexy?
Ana Rezende – É díficil. A gente que está dentro tem outra dimensão da coisa, quem está fora vê de um outro jeito, às vezes mais do que é. Mas estamos aprendendo muito com tudo que está acontecendo. Às vezes nós pensamo se tudo isso é alguma coisa ou não é nada.

E como foi ver o disco do CSS entre os 5 melhores da New Music Express?
AR – É legal. Ver nosso nome nessas listas de fim de ano é muito bom. E nós também aparecemos na Uncut. Não estamos acostumados, mas é estranho pois antes a gente comprava todas essas revistas para ler sobre nossas bandas preferidas, e hoje nós estamos nelas.

E durante a turnê internacional deu pra gravar algum material novo?
AR – Tentamos gravar alguma coisa no ônibus mas não deu. Só o Adriano que teve umas idéias, compôs e gravou algumas bases no computador dele.

Com os elogios da crítica gringa sobre o disco do CSS, vocês estão preocupados com o 2º disco? Já estão pensando nele?
AR – Sim. Mas não estamos com a mínima pressa para gravar o 2º disco e nem nos sentimos pressionados. Queremos que ele apenas soe divertido como o primeiro.

A turnê internacional continua?
AR – A gente volta para os EUA nesse final de ano, mas voltamos pra cá em março para passar uma semana em casa. Combinamos que não vamos mais passar tanto tempo fora do Brasil porque cansa muito. E também para ensaiar o novo show. Não dá pra voltar para a Europa sem nenhuma novidade.

Agora que vocês são ouvidos lá fora, já pensaram no que a Paris Hilton e a J-Lo vão dizer quando ouvirem as músicas do CSS que falam delas?
AR – A Paris já sabe da música. Um DJ que gosta muito do nosso som e toca nas festas de celebridades entregou nosso disco a ela. Agora a J-Lo eu não sei. Acho que ainda não ouviu.

Alguma história inesquecível, passeios bacanas?
AR – Nos raros day offs que a gente teve mal pudemos conhecer as cidades. Estivemos e Denver, Vancouver, Milão, Athenas, mas não conseguimos conhecer metade.

E acontecimentos bizarros?
AR – De histórias bizarras, um taxista nos abandounou num bairro barra pesada em Nova York, no dia do nosso primeiro show lá, que era super importante. Mas teve outra. Na 2ª metada da turnê nos EUA, nós viajamos no ônibus que foi usado pelo Babyshambels, do Pete Doherty. Quando entrei, tinha uma mancha de sangue horrível, como se tivesse espirrado de uma seringa, na parede. Não foi nada agradável.


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Ana Rezende diz que o Cansei de Ser Sexy está sem pressa para o 2º disco

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