Conhecida como “a maior banda de rock and roll da América”, o Aerosmith tem um magnetismo inexplicável. Muitos dos que descobrem a banda na adolescência, período da vida em que hormônios e gosto musical afloram na mesma medida, têm o grupo entre os seus preferidos. E os fãs brasileiros já começaram a contar os dias para o festival Monsters of Rock, que se realiza nos dias 19 e 20 de outubro, e têm o Aerosmith como principal atração.
Enquanto a noite avançava no Japão, diante de um provável cenário do filme Encontros e Desencontros, aqui ainda era manhã de quinta-feira (15) quando o baixista do Aerosmith, Tom Hamilton, falou ao telefone com o Virgula Música. “Os fãs aqui no Japão são muito intensos, mas eu acho que quando você faz um show aí no Brasil, os fãs são selvagens, como se estivessem em uma grande festa. Acho que os fãs no Brasil são mais jovens e barulhentos, mais selvagens”.
Veja Aerosmith, Legendary Child
A quinta edição brasileira do Monsters of Rock será na Arena Anhembi, com a previsão de receber um público de 40 mil pessoas em cada dia. No dia 19 se apresentam Slipknot, Korn, Limp Bizkit, Killswitch Engage, Hatebreed, Gojira e Hellyeah; no dia 20 é a vez de Aerosmith, Whitesnake, Ratt, Buckcherry, Queensrÿche (com Geoff Tate e convidados), Dokken, Dr Sin e Doctor Pheabes.
Leia a entrevista com o músico de 61 anos, que falou, entre outros assuntos, sobre o melhor da vida de rockstar (“não precisar ter um emprego”), seu papel de conciliador dentro do grupo, a sonoridade setentista da banda, seus heróis e sua missão na música e as críticas de que a banda teria optado por um caminho mais pop para fazer sucesso. Formada em Boston, Estados Unidos, em 1970, além de Hamilton, o Aerosmith é formado por Steven Tyler (vocal), Joe Perry (guitarra), Joey Kramer (bateria) e Brad Whitford (guitarra).
Você é coautor de músicas como Sweet Emotion e Jane´s Got a Gun. Qual considera ser seu papel, não apenas nestas músicas, mas na história da banda?
Eu acho que o meu principal papel na banda é de suporte. O baixo ajuda no ritmo e na harmonia de todos os outros. É também a maneira como minha personalidade funciona na banda, eu gosto de fazer com que as pessoas se entendam umas com as outras.
Sweet Emotion
Você está desde o começo da banda, em 1970, são 43 anos de carreira, 15 álbuns de estúdio. Qual é a melhor coisa de ser uma estrela do rock?
Bem, você não precisar ter um emprego (risos). Definitivamente, é trabalho. Obviamente, ser músico é estar em uma situação que demanda muito esforço. Você tem que dar muito duro para fazer tudo funcionar.
Qual é o segredo de fazer rock exatamente como se vocês estivessem nos anos 70 e fazer sucesso?
Nós sempre fomos superinspirados pelos nossos heróis e vimos tentando fazer discos que sejam quase tão bons quanto os dos nossos heróis. E, finalmente, a partir do nosso segundo, terceiro e quarto álbum, nós aprendemos como conseguir nosso melhor som no estúdio. A arranjar as músicas e também a ajudar todos a conseguir por suas ideias lá, assim todo mundo contribui.
Você falou sobre heróis. Quem são seus heróis musicais?
Led Zeppelin, The Who, The Beatles, Rolling Stones, algumas bandas da costa oeste (dos EUA), como Jefferson Airplane, The Byrds e The Doors. Quando nós éramos adolescentes, fomos bombardeados com todos esses sons, aprendemos muito e fomos inspirados por todos eles a fazer nossos próprios discos, quando toda essa experiência veio à tona.
Qual é, na sua opinião, a maior diferença entre o rock inglês e o rock norte-americano?
É uma boa pergunta. Eu acho que o rock inglês é mais uma coisa anos 50, eu poderia dizer também que o rock inglês tem uma certa luxúria. Já o rock americano é mais ligado à música rural, ao country. É difícil dizer, mas existem uma maneira americana de soar e outra britânica. E eu sempre adorei os sons britânicos.
Você está no Japão agora. Onde o carinho dos fãs é maior, no Brasil ou no Japão?
Os fãs aqui no Japão são muito intensos, mas eu acho que quando você faz um show aí no Brasil, os fãs são selvagens (irados), como se estivessem em uma grande festa. Acho que os fãs no Brasil são mais jovens e barulhentos, mais selvagens.
Considera os brasileiros como os melhores?
Nunca na minha vida eu diria que os fãs de algum país são os meus favoritos porque eles são extraordinários onde quer que nós estejamos. Nós estamos muito felizes de voltar para aí nós sabemos antes de sair que os olhos deles vão estar brilhando.
Walk This Way
Walk this Way é um divisor de águas tanto para o rock, quanto para o hip hop. Você sente que essa faixa mudou a história da música?
Quando Steven e Joe foram chamados para tocar no disco do Run DMC pareceu incomum para nós. Não vimos como uma ideia revolucionária. Mas essa foi a maneira como ela foi recebida pelo público e pela crítica. Eu lembro que eu fiquei espantado as pessoas acharem que era uma ideia tão louca do rock e hip hop se juntarem. Acabou que deu muito certo.
Qual você considera ser sua missão na música?
Minha missão na música é ser um músico melhor a cada dia e aprender a fazer coisas que eu não sabia antes. Aprender a tocar melhor, fazer canções, contar histórias e ser um melhor membro da banda.
Que dica daria para um garoto ou garota que está começando a tocar rock and roll?
Vai lá e faça isso de verdade. Eles têm de esquecer todo o resto. Existem muitos músicos que fazem outras coisas além da música, mas eu acho que eles não consigam chegar lá desta maneira. Você tem que dar tudo para ser o melhor músico, o melhor performer, o melhor membro de banda.
Dream On
O Aerosmith têm feito baladas há décadas, você fica cansado às vezes quando dizem que vocês estão vendidos para o pop, que estão fazendo música mais fácil para alcançar um mercado maior?
No final dos anos 80, nós estávamos reunindo a banda novamente e não sabíamos o que fazer para sobreviver. Até que surgiu uma faixa do Permanent Vacation chamada Angel. Nós não sabíamos o que fazer com essa música até que Jag (Mick Jagger) chegou e falou para mim: (imita uma voz rouca) “Eu adorei essa música Angel, estou ouvindo muito”. Eu fiquei chocado. Sim, nós tocamos muita balada, mas ainda acho que são as músicas de alta energia que definem a principal ideia quando se pensa em nós.
Angel
SERVIÇO
Dias: 19 e 20 de outubro (sábado) e (domingo)
Local: Arena Anhembi
Endereço: Avenida Olavo Fontoura, 1209, Santana.
Classificação: 16 anos
PREÇOS:
Pista – Lote 1:
Inteira: R$300 – Meia Entrada: R$150
Passaporte 2 dias de Festival – Lote 1:
Inteira: R$560 – Meia Entrada: R$280
Vendas online:
http://www.livepass.com.br/monsters-of-rock/
Telefone: 4003-1527
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