Muita coisa mudou desde 2013 quando os caras do Boogarins apareceram como revelação e colocaram Goiânia no mapa do movimento psicodélico mundial ao lado de nomes como Tame Impala, Pond, Temples, Mac DeMarco e Jagwar Ma. Os quatro meninos saíram em turnê mundial, passando por Estados Unidos e Europa, fecharam contrato com selo gringo e ganharam elogios até do New York Times.
Uma das principais atrações nacionais do Lollapalooza Brasil 2015, os caras ainda se veem como meninos de Goiânia. “Não mudou nada, a não ser o fato de que não temos mais tempo de fazer faculdade ou manter outros empregos”, afirma o guitarrista Benke Ferraz em entrevista exclusiva ao Virgula.
Mas o que resiste como traço de Goiânia na música deles? “Vai dar pra escutar muita coisa no próximo disco. Tem riffs à la Hellbenders, backing vocals à la Hang The Superstars e poesias de Cora Coralina”, afirma o músico citando alguns conterrâneos.
“Tenho gostado cada vez mais de escutar as coisas do Mersault e a Máquina de Escrever, que faz parte de outra geração musical de Goiânia, mas que eu acredito dialogar muito com o que vem sendo feito. De nomes atuais de Goiânia tem o Carne Doce, Luziluzia, Kastelijns, Bruna Mendez e vários outros que valeriam uma escutada. Também gosto do AllertSam”, completa.
O disco As Plantas Que Curam só agora irá ganhar uma edição brasileira pelo StereoMono selo do Skol Music capitaneado pelo produtor Carlos Eduardo Miranda. Esperado para o segundo semestre, o segundo disco deles também sai pelo StereoMono e deve catapultar a banda para o estrelato mundial.
“Tocamos algumas dessas músicas do novo disco há muito tempo já. Mas nosso show sempre muda, as músicas do primeiro disco já soam muito diferentes, as passagens instrumentais estão diferentes, tem muito mais espaço pra experimentações”, adianta o guitarrista sobre o show no Lolla no Brasil. (leia mais sobre o Lolla 2015 aqui e aqui).
Na peregrinação deles para mostrar sua música pelo mundo, eles trouxeram muitas vivências na bagagem e também a ideia sobre um festival perfeito. “O Primavera Sound em Barcelona foi um festival muito massa. Pudemos acompanhar todos os dias da semana lá e é incrível, programação de alto nível que começa das 10h da manhã e vai até as 4h. Uma experiência com música que não dá pra passar batido. Mas o festival que mais que gostei mesmo foi o Primavera Fauna, no Chile. Tocar e ver shows incríveis (Pond, Real Estate, Astro, Mogwai, Tame Impala) no meio das cordilheiras foi sensacional”, afirma.
Em relação ao Lolla no Brasil, o guitarrista também mostra o seu lado fã. “Eu quero muito ver o Interpol, que nunca assisti ao vivo. É o único show que estou realmente ansioso pra pegar. St. Vincent também é massa, mas conseguimos pegar algo no Primavera Sound em Barcelona”, dá a letra.
Se os caras do Interpol forem espertos, eles também estarão lá para embarcar na nave psicodélica dos goianos hypados.
Quer saber mais sobre o novo disco do Boogarins que sai este ano pelo Skol Music? Vem ver os bastidores da gravação (aqui).