É uma cena normal nas grandes metrópoles do mundo: pessoas fazendo arte na rua.
Barcelona não seria a mesma sem a sequência de incríveis estátuas vivas nas Ramblas, a rua turística principal do centro da cidade. Em Londres, os músicos tocando em diversas estações do metrô já viraram uma instituição. Em Nova York, faz parte do show da vivíssima e colorida Times Square uma coleção de artistas de todos os tipos e formatos fazendo performances públicas.
Corta para São Paulo, metrópole que gosta de se enxergar como um centro cosmopolita e moderno.
Nas últimas semanas, sua avenida mais conhecida, a Paulista, têm sido palco de cenas constrangedoras para qualquer cidadão que acredita na vocação cultural da cidade. Policiais têm reprimido, muitas vezes com truculência, artistas que tentam se apresentar nas calçadas da Paulista. As ações de repressão fazem parte de uma operação chamada “Delegada”, que busca coibir o comércio de rua ilegal (basicamente, os camelôs).
Na visão da polícia e da Prefeitura de São Paulo, os artistas de rua estão no mesmo saco que os camelôs. Por quê? Porque, de vez em quando, alguém passa e joga uma moeda como forma de dizer que gostou daquilo que o artista apresentou. Assim como acontece em qualquer canto do mundo onde artistas se apresentam na rua (ou seja, em todo o planeta).
A Operação Delegada e a tentativa de enquadrar palhaços, músicos, malabaristas, estatúas vivas e outros artistas como “comércio ilegal” causou indignação pela cidade.
Depois de uma intensa movimentação na internet, um protesto foi marcado para segunda-feira (20), na avenida Paulista. Cerca de 200 pessoas, artistas e não-artistas, ocuparam o vão livre do MASP para protestar contra a repressão e chamar a atenção para a importância do artista de rua.
O Virgula Música esteve lá e falou com organizadores e participantes do protesto. Veja no vídeo abaixo: