Após ser muito bem recebido pelo público jovem com o CD e DVD MTV Ao Vivo, Arlindo Cruz lança seu novo álbum Batuques e Romances no que considera “uma boa fase” de sua carreira.
Considerado o sambista mais produtivo do mundo – com quase 600 sambas gravados – Arlindo ainda encontra tempo para estampar vinhetas da Rede Globo e apresentar, ao lado de Regina Casé e Leandro Sapucahy, o programa Esquenta.
Seu novo trabalho traz parcerias com nomes como Zeca Pagodinho, em Meu Poeta, e um dueto com Ed Motta na faixa Bancando o Durão. Na composição, o consagrado Almir Guineto divide espaço com novos nomes do samba, como o humorista e escritor Hélio De La Peña.
Arlindo Cruz arrumou um espaço na sua agenda e falou ao Virgula Música sobre o álbum Batuques e Romances, produzido por Leandro Sapucahy, parcerias e planos para 2011. Tudo isso você confere na entrevista abaixo.
Como foi o processo de criação do álbum Batuques e Romances?
Começou no meio da turnê MTV ao Vivo e quando vi já tinha diversas músicas boas que poderiam formar um novo disco. Sambas ritmados, com instrumentos de batucadas, repiques, tantan, surdos e muitas músicas que falam de sentimetos.
O disco fala basicamente de amor: ao samba, ao mar, as pessoas. O álbum foi concebido em um ambiente harmonioso?
Sim. Foi concebido com muito carinho. Talvez tenha sido o projeto que eu demorei mais tempo para fazer, por conta dos trabalhos na TV e shows. Muitas vezes precisei parar, mas sempre que retomávamos era com muita alegria, descontração e boa música.
O álbum tem participações de Zeca Pagodinho e Ed Motta na gravação e gente como Almir Guineto e Hélio De La Peña na composição. Como foi trabalhar com nomes consagrados e caras novas do samba?
Trabalhar com o Zeca é um prazer que se renova em todos os projetos que abraçamos. Começamos a carreira juntos e, além de compadres, somos amigos e parceiros. Almir Guineto é um parceiro de longa data e de novo, junto com Fred Camacho, fizemos esse samba que fala de um amor que acabou na realidade, mas continua presente na saudade. E com o Hélio, já tínhamos uma parceria na Globalização. Ele é um grande escritor. É fácil dialogar com pessoas de grande sensibilidade.
Mais uma vez você escolheu o Leandro Sapucachy para produzir um disco. Como é trabalhar com alguém mais jovem, mas que tem uma posição e importância na produção da “nova cara do samba”?
É um prazer trabalhar com o Leandro e acho que conseguimos um belo resultado. Já tínhamos feito juntos o “Sambista Perfeito” e a jovialidade dele é fundamental na minha música.
O samba é um gênero que já nasceu colaborativo. Qual é a importância das parcerias para a sua música, seu samba?
Todos os parceiros são sempre bem-vindos, até pela minha essência de samba de roda. E uma roda não se faz com um sambista apenas e isso eu coloco em meus discos.
Você sente que o samba ganhou fôlego entre os jovens após o sucesso de seu disco MTV Ao Vivo Arlindo Cruz?
Sim, acho que os jovens têm pesquisado em sites, livros e discos antigos a própria história do samba, que é a música mais popular do Brasil.
Quais são seus planos para 2011?
Trabalhar bastante na divulgação deste CD, fazendo muitos shows pelo país.
O programa Esquenta, da Rede Globo, terá uma seqüência com você, Regina Casé e o Sapucahy, conta mais?
O Esquenta continua e gravamos o especial de São João, que foi ao ar dia 26 de junho. Mais para frente, teremos o especial de Verão.