Com rosto de garoto e voz potente, Israel Novaes é o nome do momento no sertanejo universitário. O ex-estudante de direito abandou o curso para dedicar-se exclusivamente ao gênero que marcou sua infância. Em 2011, tornou-se conhecido após uma parceria com Gusttavo Lima no hit Vem Ni Mim Dodge Ram, que estourou nas rádios de todo o país.
Mas, ao contrário do colega, Israel não é adepto do visual botas, chapéu e fivela predominante no gênero. “Eu acho que não combina comigo vestir botas e esses acessórios. Eu canto sertanejo, mas não é caipira. Não tenho nada contra, mas não é o meu estilo”, explica o cantor em entrevista ao Portal Virgula.
Além de esconder as mechas louras que o sertanejo usa no cabelo, o chapéu o atrapalha no palco: “É estranho, encobre a minha visão. Também tenho dificuldade em usar botas. Uma vez inventei de colocar em um show e quase cai no palco. O bico fino enroscou, eu tropecei e me desequilibrei. Foi a primeira e última vez, detesto usar botas”.
“Eu gosto de montar o meu figurino. Escolho uma peça aqui, outra lá e depois pergunto pra minha ‘personal stylist’ se está bacana”, explica Israel, minutos após se apresentar no festival Villa Mix Festival, em SP, ostentando um visual retrô composto por camisa e suspensórios. “Sempre tive noção do que é ridículo, então tento não agredir muito ou misturar muitas cores. O senso é tudo na hora de se vestir, mas sempre vale pedir a opinião de quem realmente entende do assunto”.
Aos 23 anos, Israel é um dos responsáveis pela introdução do arrocha, gênero que mescla música brega e romântica, no vasto universo do sertanejo. Com o hit O Cara do Arrocha, o paraense ganhou destaque nacional: “o gosto das pessoas está mudando e a música precisa acompanhar isso”, explica.
“O arrocha e o sertanejo vem da mesma raiz, mas essa moda do universitário deu uma maior visibilidade ao som. Ele pode ser misturado qualquer outro estilo, que dá uma longevidade muito maior. Todo tipo de música cheia de regras e sem novidades tem prazo de validade. O sertanejo não pode ser só romântico ou só falar de festa, há um equilíbrio muito difícil de encontrar, mas é o ideal para o sucesso”, finaliza.