Embora o Fear Factory faça um metal eletrônico e industrial, a banda faz questão de ressaltar que não usa DJs com laptops no palco para reproduzir suas músicas destruidoras e dignas de trilha de fim do mundo. Tal afirmação vem do guitarrista e fundador Dino Cazares, que trocou uma ideia com o Virgula, antes de aterrissar no Brasil para mais uma turnê.
Em São Paulo, o show rolará dia 10 (sábado), na Clash Club, a partir das 18h, e promete ser histórico, pois o grupo tocará na integra o clássico Demanufacture, álbum de maior sucesso deles e que está completando 20 anos. Porém, quem pensa que o FF vive do passado, está enganado. Os caras acabaram de lançar Genexus, o décimo trabalho da carreira, e prometem mostrar alguns sons desse petardo na apresentação. O grupo também passará por Curitiba e Rio de Janeiro (veja todas as infos abaixo).
Para ir se preparando, dê uma olhada no nosso bate-papo que, se depender da animação de Dino, será daquelas apresentações que deixam os headbangers com dores no pescoço, e isso é um bom sinal!
Virgula Música: O novo álbum, Genexus, soa mais como um novo ou o velho Fear Factory?
Dino Cazares: É uma mistura do velho com o novo Fear Factory. A gravação soa como antigamente mas as músicas são sobre quem somos hoje. É o clássico metal industrial que fazemos gravado de forma analógica e também digital. Acho que fizemos um bom trabalho.
O que é realmente a palavra Genexus?
Genexus é uma palavra híbrida, a junção de genesis, que é início dos tempos, e nexus, que é o jeito que as coisas caminham juntas. Foi o conceito do disco. No passado tínhamos esse conflito do homem contra a máquina, que envolvia a tecnologia, o governo e as religiões. Hoje a humanidade e a tecnologia andam juntas.
No show de São Paulo, vocês vão tocar o álbum Demanufacture. Como é pra você reviver essas músicas?
Eu amo aquela gravação, aquelas músicas e me sinto muito bem tocando elas. Resolvemos tocar o Demanufacture nos shows depois que vimos o Slayer tocando Raining Blood, o Megadeth tocando Peace Sells…, enfim, os discos clássicos deles. E, também é o nosso disco favorito dos fãs, então nos perguntamos: por que não trazer esse universo do Demanufacture para os shows? Fazemos isso pelos fãs e pela banda.
E você sente diferença tocando elas hoje e antigamente, já que possuem outros integrantes?
Tocamos elas bem melhor hoje! Na época em que gravamos o álbum éramos jovens, e embora fizemos um bom trabalho, nós pensávamos somente em festas, bebidas e blábláblá…. Hoje somos uma banda bem mais madura, temos nossas famílias e focamos muito mais no profissional, o que faz a gente se concentrar melhor na música. E outra coisa, muitas das músicas do disco nunca saíram do repertório do Fear Factory, sempre tocamos elas ao vivo e a prática te leva a melhoria.
Você esteve fora do Fear Factory por um tempo. Como é estar na banda novamente?
Quando eu estive fora do Fear Factory, eu tinha todos os motivos para ficar depremido, mas usei meu tempo para me dedicar a outras bandas, que me levaram até o Brasil; em 2004 eu fui aí com o Brujeria, fomos na MTV e conhecemos o João Gordo, do Ratos de Porão. Também conheci Andreas Kisser, do Sepultura. Foi uma ótima viagem e adquiri muitas histórias boas. Depois voltei ao Brasil com minha outra banda, Asesino. Ou seja, eu estava bastante ocupado. Mas, honestamente, o Fear Factory é onde me sinto em casa, a banda que eu ajudei a construir e definitivamente estou honrado em estar de volta.
Fear Factory já fez covers de U2, Nirvana e Gary Numam. Vocês gostam de música pop rock e alternativa?
Eu gosto muito do Gary Numan, essa coisa toda de teclados, sintetizadores, e foi um tributo que fizemos a ele. Mas é uma música velha, gravamos na década de noventa. E claro, eu gosto de Nirvana. Acho que qualquer headbanger gosta das músicas do Nirvana. Também foi o nosso tributo a eles.
E vocês fariam algum tributo como esse para alguma banda brasileira?
Hum..eu não conheço muito de música brasileira além do Sepultura e Ratos de Porão. Talvez para algumas dessas.
Fear Factory e Sepultura foram grandes bandas da Roadrunner Records nos anos noventa, porém, muita coisa mudou daquele tempo pra cá. Como você enxerga as duas bandas hoje?
Acho que somos como vencedores. As duas bandas mudaram muito, você sabe, são coisas da vida que acontecem. Mas o que importa é que continuamos na ativa e fortes na cena do metal. Tem bandas boas de metal que não chegam a completar nem 20 anos, e nós estamos aí!
Você quer deixar algum recado aos fãs que vão ao show?
Sim! Nós estamos muito animados em voltar ao Brasil. Então, eu gostaria de agradecer aos fãs por nos apoiarem e dizer para continuar apoiando bandas e indo aos shows, principalmente bandas que fazem shows de verdade, que tocam música com instrumentos, e não DJs que usam apenas laptops para reproduzi-las. Nós não usamos nenhum tipo de DJ no palco. Esse apoio é o que mantém as bandas vivas.
SERVIÇO:
CURITIBA
Data: 9 de outubro de 2015
Local:Music Hall
Endereço: Rua Engenheiros Rebouças, 1645, Rebouças
Abertura da casa: 20h
Ingressos: de R$90 a R$280
Ingressos pela internet AQUI
SÃO PAULO
Data: 10 de outubro de 2015
Local: Clash Club
Endereço: Rua Barra Funda, 969 – próximo ao Metro Marechal Deodoro
Abertura da casa: 18h
Ingressos: 1º lote – R$ 100 (Pista/Antecipado/Meia entrada) / 2º lote – R$ 120 (Pista/Antecipado/Meia entrada) / 3º lote – R$ 140 (Pista/Antecipado/Meia entrada)
*Promocional para não estudantes doando 1 kg de alimento não perecível
Ingressos pela internet AQUI
Ponto de venda: loja 255 (Galeria do Rock)
RIO DE JANEIRO
Data: 11 de outubro de 2015
Local: Teatro Odisséia
Endereço: Av. Mem de Sá 66 – Lapa
Abertura da casa: 18h
Ingressos: 1º lote – R$ 90 (Meia entrada/Estudante/Promocional) / 2º lote – R$ 100 (Meia entrada/Estudante/Promocional), 3º lote – R$ 110 (Meia entrada/Estudante/Promocional) ou na hora por R$ 120 (Meia entrada/Estudante/Promocional).
*Promocional para não estudantes doando 1 kg de alimento não perecível