Anthrax e Testament em São Paulo


Créditos: Taiz Dering

O Anthrax se apresentou na noite dessa quarta-feira (15) na casa de shows HSBC Brasil, na zona sul de São Paulo e, em de cerca de 1h10, relembrou os clássicos que marcaram a trajetória da banda, criada em 1981. Em sua quarta passagem pelo país, o grupo liderado pelo guitarrista Scott Ian fez questão de homenagear antigos nomes do metal, com bandeiras no palco representando os rostos do ex-guitarrista do Pantera, Dimebag Darrell (morto em 2004), e do vocalista Ronnie James Dio, que faleceu há exatos três anos.

 

Quem abriu o espetáculo foi o Testament, quinteto da mesma escola oitentista do thrash metal dos Estados Unidos, que tocou algumas de suas conhecidas canções, como Practice What you Preach e D.N.R. (Do Not Resuscitate), além da faixa que dá nome ao seu último álbum, Dark Roots of The Earth. Com Chuck Billy, seu vocalista bastante carismático, a banda prometeu voltar mesmo se não for para outro show, mas sim para assistir à Copa do Mundo de 2014, a ser disputada no Brasil.

Já o Anthrax entrou no palco às 22h50, iniciando com Worship, música do mais recente álbum da banda – Worship Music (2011) – distribuindo um som pesado e, sem parar, já tocaram a clássica Among the Living, faixa-título do álbum de 1987, bastante lembrado na apresentação.

Depois desta, o vocalista Joey Belladonna distribuiu um pouco de seu jeito, bastante despojado e comunicativo, e já chamou para o repertório outra clássica do disco de 1987, Caught in a Mosh, balançando a plateia, formada na maioria por jovens – também era evidente os fãs mais velhos, de cerca de 40 até 50 anos, que realmente viveram a onda thrash oitentista.

Integrante eterno do seleto “Big Four”, formado pelas quatro bandas mais cultuadas do thrash metal – Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax –, o grupo é o, desse quarteto, o que mais flerta com o punk, gosto este facilmente exemplificado em Efilnikufesin, March of the S.O.D. (cover da banda Stormtroopers of Death, projeto de Ian) e em outro cover, Got the Time, de Joe Jackson, mas totalmente ao estilo Anthrax.

Um dos pontos altos da noite foi a versão de TNT, do AC/DC, que fica muito bem na voz de Belladonna que, antes do início da mesma, chegou a citar os australianos como “a melhor banda do mundo”.

Gesticulando, correndo e pegando emprestada uma câmera da equipe de filmagem do local três vezes, Belladonna ainda ganhou uma bandeira do Brasil da plateia e pendurou abaixo da bateria de Charlie Benante. O frontman também quis incitar a plateia, chamando-a de “crazy mutherfuckers”, mas esta não atendeu aos seus pedidos para criar um moshpit maior.

Depois de uma breve pausa, um belo solo de bateria levantou os presentes, seguindo daí a famosa introdução da antológica Reign in Blood, clássico de 1986 do Slayer, para, daí, seguirmos com o bis iniciado por I’m the Man.

Madhouse foi outro dos sucessos lembrados e, para fechar, a mais pedida da noite: Antisocial. Estas últimas duas cantadas pela maioria dos headbangers, que preenchiam quase todos os espaços da casa.

Na saída, foi possível ainda escutar Ian dizendo “Nunca deixem de adorar a música”, depois de prometer um novo álbum e dizer ser um privilégio tocar em São Paulo.

Escrita a resenha do espetáculo, vamos à opinião e impressões do evento

Pista Vip realmente não é lugar para show de thrash metal. Não deveria existir uma parte separada do restante da plateia, por motivos óbvios, como a participação do público, a diferença no valor do ingresso (sempre absurdo) e os clássicos mosh pits, que dificilmente acontecem ali, na parte mais próxima da banda, o que diminui a troca de energia entre os artistas e as pessoas, seja qual for o estilo.

O som estava impecável e, apesar de alguns integrantes chegarem a reclamar com os técnicos de som ao lado do palco, problemas maiores não foram percebidos pelos fãs, que queriam mesmo curtir os dois conjuntos de muita história na cena thrash.

Tanto Testament quanto Anthrax prometeram voltar já no ano que vem e isso está virando quase que um discurso padrão para as bandas gringas. Que não aconteça como o Slayer, que por problemas de empresários e produtoras, cancelou sua vinda para o Brasil no ano passado.

Veja mais fotos do espetáculo na galeria acima!

 


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