“Amigas para Sempre”, estréia desta sexta-feira no país, é a tentativa da cantora pop Britney Spears de lançar-se em uma carreira cinematográfica. Porém, a produção é inócua ao extremo e muito mal escrita, mesmo na categoria de drama teen. Na verdade, o filme é um pouquinho “adulto” demais para os fãs pré-adolescentes da estrela.
Em vista de sua imagem sexy (mas correta), seu visual limpo e seu ar invariavelmente otimista, o momento ideal para Spears chegar ao cinema seria há, mas ou menos, 43 anos — no tipo de trabalho que transformou a jovem atriz Sandra Dee em ídolo da época.
E, se a candidata a atriz quisesse ampliar suas ambições, há ao menos uma cena no início de “Amigas para Sempre” — quando ela informa a seu colega, no laboratório de ciências, que mudou de idéia e não vai mais perder a virgindade com ele –, que sugere que a cantora poderia assumir o lugar vago de Doris Day, se assim o quisesse.
Spears faz o papel de Lucy, filha de pai solteiro e atento ao extremo (Dan Aykroyd, pouco à vontade como mecânico). Ela é uma garota tão certinha que, quando termina o segundo grau numa cidade do interior da Geórgia, reclama que foi a poucas festas porque era obrigada a estudar o tempo todo.
Por mais estranho que pareça, a idéia central é de que Spears é uma nerd, oradora da formatura da classe e, além de tudo isso, não é popular.
Partindo para fazer uma visita de impulso à mãe que nunca conheceu, ela embarca num carro para o oeste do país ao lado de suas amigas de infância Mimi (que está grávida e pretende fazer um teste para um trabalho de cantora em Hollywood) e Kit (uma socialite negra esnobe que afirma ter um noivo esperando por ela em Los Angeles).
O velho Buick conversível é dirigido por Ben (Anson Mount), um músico amigo de Mimi não pára de olhar para Lucy, embora finja indiferença. A viagem entra em segunda marcha quando Mimi se apavora num concurso de karaokê e é substituída — adivinhe só? — por Lucy. Pronto. Nasce uma estrela. Adivinhe quem acaba o filme como a cantora que vence o concurso em Hollywood?