Júri condena médico de Michael Jackson por homicídio involuntário
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O advogado da AEG Live, Marvin Putnam, concluiu nesta quarta-feira (26) sua alegação final no julgamento pela morte de Michael Jackson na Corte Superior do condado de Los Angeles, onde insistiu na inocência da empresa, da qual a família do cantor exige uma indenização milionária.
Tudo leva a crer que o caso ficará na quinta-feira nas mãos do júri que, após cinco meses de depoimentos, começará a deliberar para decidir se a AEG Live tem responsabilidade na morte do astro pop e, em tal caso, a quantia que deverá pagar para a mãe e os três filhos de Michael pelos danos causados.
As estimativas iniciais do caso indicavam que a AEG Live poderia arcar com um valor recorde, de até US$ 1,5 bilhões se for condenada, uma quantia que Putnam classificou hoje como “ridícula” e baseada em “especulações e informações sem fundamento”.
“O que aconteceu com o senhor Jackson foi uma tragédia e é compreensível que os litigantes queiram colocar a culpa em alguém, mas não é culpa da AEG Live. Não se pode culpar a produtora dos shows de algo do qual o senhor Jackson é o culpado”, afirmou o advogado.
Michael Jackson morreu em sua casa em junho de 2009 por uma overdose de sedativos combinados com um potente anestésico hospitalar chamado propofol, que foi administrado pelo seu médico pessoal na época, o cardiologista Conrad Murray.
O médico foi escolhido por Michael para cuidar de sua saúde durante a turnê This Is It, com a qual tinha previsto retornar aos palcos, num total de 50 apresentações programadas para julho daquele ano em Londres e organizadas pela AEG Live.
Murray foi condenado em 2011 por homicídio culposo em um julgamento no qual o júri considerou como provado que as negligências do médico, entre elas fornecer propofol a Michael sem a devida supervisão, levaram à morte do “rei do pop”.
Um ano antes, Katherine Jackson, a mãe do cantor, processou a AEG Live em seu nome e no dos três filhos do artista para pedir uma compensação por considerar que a empresa deveria estar ciente do estado de Michael, cuja morte, além de um drama, causou um considerável prejuízo econômico para a família.
No decorrer do julgamento que agora está perto de seu fim, o advogado dos Jackson, Brian Panish, tentou provar que Murray tinha sido contratado pela AEG Live e não por Michael Jackson e mostrou um vídeo de uma reunião na qual o executivo-chefe da empresa, Randy Phillips, admitia a relação trabalhista com o médico.
Putnam afirmou hoje que tal acordo nunca aconteceu e que era Michael Jackson quem pagava diretamente ao médico com dinheiro adiantado pela AEG Live, pois não tinha dinheiro.
“O senhor Jackson estava falido”, explicou o advogado, que lembrou que o cantor gastava US$ 20 milhões a mais por ano do que recebia.
Putnam negou que a AEG Live tivesse conhecimento dos problemas de Michael com os remédios.
“A família quis manter em segredo que ele abusava de drogas”, comentou Putnam ao júri. O advogado também afirmou que Michael era um consumidor frequente de propofol e que tinha uma relação com Murray muito antes de assinar o contrato com a AEG Live.
“Ele escolheu o doutor Murray e o propofol. Era um homem adulto que teve muitas oportunidades para levar sua vida por um caminho diferente. O percentual de culpa do senhor Jackson (em sua morte) é muito, muito elevado”, declarou Putnam, que também afirmou que o único interesse da AEG Live era que Jackson “estivesse saudável” e pudesse “fazer a turnê”.
Panish, que já expôs suas alegações na terça-feira, terá direito à réplica na quinta-feira, o que encerra essa fase do julgamento, que ficará à espera do veredicto.