O começo de ano é sempre uma época em que os críticos e plataformas de música fazem suas apostas sobre o que vai surgir e as tendências que estão ganhando força.
Enquanto alguns simplesmente desaparecem, outros se tornam estrelas, caso de Pabllo Vittar, Liniker, Rico Dalasam, Ava Rocha. Evidentemente que Pablo em um nível muito acima, dentro do mainstream internacional. Vale ressaltar, entretanto, que Ava ganhou as páginas do New York Times e recebeu elogios de Iggy Pop em seu programa na BBC.
A música brasileira é diversa e imensa. No próximo Grammy mundial, que ocorre no dia 28 deste mês, por exemplo, há um concorrente que tem passado batido da mídia tradicional, o Trio Brasileiro, o seu choro reinventado, em aproximação com o jazz da clarinetista israelense Anat Cohen, é a pura essência da música nacional, uma potência infinita, em constante mutação.
Os astros do choro estão na lista, que também conta com rap, R&B, vaporwave e rock. Se você já ouviu esses artistas, você está por dentro, mas se você esperou até 2018 então chegou a hora.
1. Raffa Moreira
Em abril do ano passado, reportagem de Beatriz Moura para a Vice “Eles amam o Thug, mas desprezam o Raffa Moreira – Noisey” elevou o rapaz a astro do trap, variação do rap do sul dos Estados Unidos que tem dominado a estética e as temáticas do hip hop mundial. Mais tarde, a matéria foi traduzida para a versão em inglês do site o nome do cara passou a ser espalhado internacionalmente.
Artista e empresário, Raffa tem uma marca de roupa, a FERNVNDX Clothing. Sua estileira é a melhor propaganda que ele poderia fazer para hypar os panos e aumentar seu cachê até o preço correto. Se alguém merece ser milionário, é este “menino” de 29 anos, de Guarulhos.
Com consciência racial e língua afiada, Raffa não é um artista passível de ser assimilado e “domesticado” pelo pop, mas ele é a nova cara do jovem e uma reencarnação ainda mais potente da ostentação.
2. Bivolt
Aqueles que há uns anos estavam “enjoados” do crescente empoderamento feminino – ou seja, os machistas – tiveram que passar 2017 pianinho e em 2018 não vai ser diferente. Barbara Bivolt é um talento do novo rap, ao lado de nomes como Drik Barbosa e Souto MC.
3. Ayrton Montarroyos
Finalista do The Voice em 2015, ele não ficou com o prêmio de R$ 500 mil. Pior para o The Voice e melhor para a música brasileira porque este rapaz de Recife arrasa com referências e densidade que pouco se vê na música hoje. Não apenas na brasileira, mas mundial, já que a música nacional é uma das mais elaboradas e sofisticadas do mundo.
4. Trio Brasileiro
Concorrem ao Grammy mundial este mês. Apenas a indicação já é um feito histórico para estes músicos virtuosos e inventivos.
5. Geo
A santista se junta ao time que está trazendo timbres elegantes e futuristas para o nosso pop.
6. Phillip Nutt
Talvez você já tenha ouvido Phillip, mas em 2017 ele fez um aceno ao pop que o colocou como referência. Beats e timbres malandros para namorar em uma estação espacial.
7. niLL
Que estileira tem esse cara de Jundiaí. O disco que fez para a mãe, Regina, marcou o nome de niLL como um dos pontos altos de 2017. A questão é que com suas referências de vapor wave e de japonismo, ele manja muito mais de tendências que seu amigo hipster jacu. Cheque mate, parceiro.
Não diga que niLL é mano e nem que é rapper, diga que ele é futuro. Ou melhor, diga que ele é o Naruto brasileiro.
8. My Magical Glowing Lens
O rock morreu? Não enquanto estiver viva Gabriela Deptulski, a guitarrista fantástica e líder do My Magical Glowing Lens. Maior capixaba viva.
9. Supervão
O Popload, do Lúcio Ribeiro, apontou os gaúchos como maior destaque de 2017. Efeito provocado pelos goianos da Boogarins, que por sinal estão a caminho da Meca indie, o Coachella. A onda da nova psicodelia bateu no Rio Grande do Sul.
10. Caio Prado
Talvez você tenha moscado e não ouvido em 2017. O Mauro Ferreira, do G1, apostou forte no rapaz como nome que vai despontar este ano. Caio lança álbum este mês e tem como madrinha a deusa Elza Soares.
11. Djonga
Rapper mineiro. Flow fantástico. Referência ao Clube da Esquina na capa do seu disco foi matadora. Mostrou que sabe tudo. Diferente dos casos de ficção científica espacial, a verdade está aqui dentro e não lá fora.
12. Ana Chonps
Beats, climas, timbres e temáticas atuais. Ana Chonps é a diva do futuro que você vai querer copiar.
Artistas novos que você precisa ouvir agora
Créditos: Caroline Lima