Troca Troca GG
Créditos: divulgacao
No último sábado (19), aconteceu a 4ª edição do Troca Troca GG, organizado pelas meninas do site Garotas Formosas. O evento é uma espécie de bazar para mulheres plus size, onde você leva algumas roupas que não usa mais e troca com a das outras participantes. O Virgula Lifestyle esteve por lá e bateu um papo com as idealizadoras do projeto (Graziela Matte, Rebecca Steinhoff e Luciane Russo) e outras convidadas, como as modelos plus size Andrea Boschim e Nell Silva e a personal stylist Rosário Medeiros.
Na moda tradicional, com modelos magras, existe o padrão de numeração 38, além de várias outras regras de altura e medidas. Pois na moda plus size é assim também. De acordo com a Andrea Boschim e Nell Silva esses padrões de peso e altura na verdade desfarçam um preconceito entre as próprias gordinhas.
“As marcas estão padronizando a moda plus size, contratando apenas modelos que vestem 44 ou 46”, conta Nell Silva, que disse já ter sido excluída de alguns trabalhos por vestir numeração 52. Ela pesa 120 quilos e diz que é muito ruim ver que depois de tanta luta para as plus sizes conquistarem seu espaço, são obrigadas a se deparar com um preconceito e restrição dentro do próprio segmento. “Temos que fazer valer nosso direito para que a situação não regrida”, completa Andrea Boschim.
Graziela Matte, uma das responsáveis pelo Troca-Troca, acredita que o segmento vem ganhando espaço aos poucos na moda e que as marcas tomam essa atitude de padronizar, para não passar uma imagem negativa aos demais clientes. “Quanto mais gordinha, mais você passa a idéia de não saudável, por isso as lojas padronizam”, diz Grazi, que ainda levanta outra questão muito delicada. “É importante dizer que em momento algum nós que trabalhamos com isso estamos fazendo um culto à obesidade, acho que esse também é um grande medo das grifes. Apenas queremos mostrar que a felicidade tem que estar presente independente de você estar magra ou gordinha, mas a saúde está sempre em primeiro lugar”.
A personal stylist Rosário Medeiros também levanta a questão. “Se aceitar é difícil e meu trabalho gira em torno disso, mas não é, de jeito nenhum, um culto à obesidade”. A personal conta que muitas vezes encontra roupas que nunca foram usadas no guarda-roupa de suas clientes, pois por vergonha das vendedoras elas compram sem experimentar e quando chegam em casa percebem que não serve. “Meu trabalho está justamente aí, em ajudá-las a se livrar desses preconceitos”, diz Rosário.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a personal stylist não acredita que todos esses serviços voltados às mulheres plus size contribuam para que elas se acomodem com seu peso. “Quando você passa a se gostar, passa a não ver muitos obstáculos. Elas se tornam gordas por uma série de insatisfações e quando isso começa a ser resolvido, a reação é partir para o emagrecimento”.