Agências de modelo deram suporte ao abuso sexual contra adolescentes por anos, afirmou a ex-agente Carolyn Kramer ao jornal Huffington Post. Carolyn trabalhou no mundo da moda entre os anos 1980 e os anos 2000: ela e outras colegas de profissão sabiam sobre fotógrafos e produtores “predadores”, mas enviavam as modelos para trabalhos mesmo assim.
O caso veio à tona quando Carolyn recebeu a ligação, no final de 2017, de uma modelo desesperada após encontrar um fotógrafo francês que havia a estuprado na adolescência, mais de 20 anos atrás. “Ele era um dos fotógrafos que agentes e clientes sabiam sobre casos de abuso sexual. Mas eu não imaginava, na época, que ele estava estuprando as meninas”, contou Carolyn.
Em meio a toda campanha anti-abuso sexual, Carolyn diz não conseguir parar de pensar em como ela e outras colegas de trabalho deixaram jovens, algumas com menos de 14 anos, serem atacadas por esses “predadores”. Carolyn compartilhou mensagem no Facebook que foi seguida por comentários, entre eles, o de uma ex-modelo da agência Elite, que foi enviara a Paris para ficar com um agente que tentou diversas vezes a beijar sem consentimento.
Carolyn classificou o papel das agências em casos de abuso sexual de modelos como uma “cultura de complacência”. A ex-agente passou por empresas conhecidas como Elite e Foster-Fell Model Management. “As modelos eram praticamente prostituas. O dono organizava festas com empresários que estavam lá somente com o propósito de transar com modelos”, afirmou. Algumas modelos, de menos de 16 anos, eram enviadas a testes em lugares que não conheciam, portando apenas um mapa e o dinheiro para passagem do metrô.